sábado, 16 de março de 2013

QUEM É A PEDRA?


INDO JESUS PARA AS BANDAS DE CESAREIA DE FILIPE, 
PERGUNTOU A SEUS DISCÍPULOS: 
QUEM DIZ O POVO SER  O FILHO DO HOMEM ?
E ELES RESPONDERAM: 
UNS DIZEM: JOÃO BATISTA; 
OUTROS: ELIAS; 
E OUTROS: JEREMIAS 
OU ALGUM DOS PROFETAS.
MAS VÓS, CONTINUOU ELE, QUEM DIZEIS QUE EU SOU ?
RESPONDENDO SIMÃO PEDRO, DISSE: 
TU ÉS O CRISTO, O FILHO DO DEUS VIVO.
ENTÃO, JESUS LHE AFIRMOU: BEM-AVENTURADO ÉS,  
SIMÃO BARJONAS, 
PORQUE NÃO FOI CARNE E SANGUE QUE TE REVELARAM, 
MAIS MEU PAI, QUE ESTÁ NOS CÉUS.
TAMBÉM EU TE DIGO QUE TU ÉS PEDRO, 
E SOBRE ESTA PEDRA EDIFICAREI A MINHA IGREJA, 
E AS PORTAS DO INFERNO NÃO PREVALECERÃO CONTRA ELA.
DAR-TE-EI AS CHAVES DO REINO DOS CÉUS; 
O QUE LIGARES NA TERRA TERÁ SIDO LIGADO NOS CÉUS;
 E O QUE DESLIGARES NA TERRA TERÁ SIDO DESLIGADO NOS CÉUS.        
Mateus 16.  13 - 19


Creio que, quando o Senhor Jesus disse a Simão: 
"Também eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja".  
Estava  querendo dizer o que realmente disse.

Inicialmente a Igreja deveria ser edificada pelos construtores naturais; ou seja, por um povo separado a partir do patriarca Abraão, que deu origem as doze tribos de Israel e consequentemente ao povo escolhido, o qual recebeu os oráculos de Deus para si e futuramente teria a missão de levar as doutrinas bíblicas a todas as nações do mundo. Todavia, os construtores rejeitaram a Pedra de Esquina, Angular e Preciosa.
Nesse sentido, as autoridades religiosas não reconheceram o Messias prometido, rejeitando e crucificando o próprio Cristo.

É importante compreendermos que a Igreja está fundamentada 
(alicerçada) sobre a autoridade e ensinamentos do Cristo, 
contudo o Senhor nos deu o 
privilégio de participar da edificação de Sua Igreja.

Quanto a afirmativa do Senhor Jesus em edificar a Sua Igreja sobre Pedro, 
é verdadeira; pois ele (Pedro), foi o primeiro escolhido para essa edificação, 
o qual representa todos nós, membros do Corpo de Cristo.
Exemplos: 
Alguns em estado avançado de conversão, 
outros em médio e não poucos iniciantes, 
ou seja, cristãos falhos e carentes das misericórdias de Deus.


Aparentemente, o Apóstolo Paulo deveria ser a pessoa mais indicada para receber 
do Senhor Jesus as Palavras que Pedro recebera, 
porém aprouve a Deus escolher as coisas fracas deste mundo 
para representar a edificação de Sua Igreja. 
Portanto, o motivo do Senhor Jesus escolher a Pedro 
e não a Saulo de Tarso (fariseu e doutor da lei), 
poderia ter sido o de não nos orgulharmos tanto dos ensinos deste mundo; 
e sim, para nos tornarmos mais dependentes da sabedoria que vem do alto. 
Contudo, também Paulo foi chamado para a grande missão de ser 
o Apóstolo dos Gentios, e por extensão nosso discipulador.


Fica claro um grande equívoco no dogma Católico, 
quanto a afirmação de Pedro ser o primeiro Papa Romano,
 já que o mesmo cumpriu seu ministério apostólico em Jerusalém.


A RESPONSABILIDADE DOS QUE ENSINAM:

Segundo a graça de Deus que que me foi dada, lancei o fundamento como prudente construtor; e outro edifica sobre ele. Porém cada um veja como edifica.
Porque ninguém pode lançar outro fundamento, além do que foi posto, o qual é Jesus Cristo.
Contudo, se o que alguém edifica sobre o fundamento é ouro, prata, 
pedras preciosas, madeira, feno, palha,
manifesta se tornará a obra de cada um; pois o Dia a demonstrará, 
porque está sendo revelada pelo fogo; 
e qual seja a obra de cada um o próprio fogo provará.
Se permanecer a obra de alguém que sobre o fundamento edificou, 
esse receberá galardão...
I Coríntios 3.  10 - 14


Conclusão:

A Bíblia Sagrada,  principalmente as Boas Novas do Evangelho de Cristo, tem a Luz do Espírito Santo para toda revelação que necessitamos; se isto for para honra e glória do Nome do Senhor e não para nossa vaidade pessoal. No que se refere ao entendimento dos ensinos de Cristo para nossas vidas,  não precisamos nos enredar, sendo orientados por teologias alheias; porquanto, o Espírito Santo é fonte de sabedoria e nos ensina todas as coisas.


Paz Seja Contigo!

quinta-feira, 7 de março de 2013

O DÍZIMO NO NOVO TESTAMENTO - Parte 1






É impossível encontrar na Bíblia Sagrada, uma base verdadeira para cobrança de dízimo dos cristãos, mas pelo contrário, a orientação da Palavra de Deus é para que nenhum cristão troque a sua liberdade espiritual pela maldição da servidão da Lei.

 No Novo Testamento existem apenas quatro textos que mencionam o dízimo. Entre estes quatro, dois são paralelos, isto é, relatam a mesma situação: Mateus 23.23 e Lucas 11.42; os outros dois estão em Lucas 18.12 e Hebreus 7.2-9.
E o que fica bem evidente nestes textos, é que nenhum deles se refere à dízimo de cristão.
Observemos Mateus 23.23 e Lucas 11.42 respectivamente transcritos a seguir:
    1º) “Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas, pois que dizimais a hortelã, o endro e o cominho, e desprezais o mais importante da lei: o juízo, a misericórdia e a fé; deveis, porém, fazer estas coisas, e não omitir aquelas” (Mt 23.23).
     2º) “Mas ai de vós, fariseus, que dizimais a hortelã, e a arruda, e toda hortaliça, e desprezais o juízo e o amor de Deus. Importava fazer estas coisas e não deixar as outras” (Lc 11.42).
Neste caso, podemos claramente entender que ao finalizar Seu comentário, Jesus diz que eles deveriam continuar dando o dízimo e, inclusive, não se omitirem de praticar os demais mandamentos da Lei (o mais importante dela).
Porém, aí vem a seguinte pergunta: A quem Jesus estava dirigindo Suas Palavras e qual o teor Destas Palavras? Sem dúvida compreendemos que Jesus se dirigia aos escribas e fariseus, e não a cristãos (como muitos afirmam); tanto, que Jesus não os tratou pelos seus próprios nomes, mas pelo título da sua religião.

Esses homens, vivendo o judaísmo regido pela Lei, confiavam na sua própria justiça e capacidade, no que tange à guarda da Lei. Apresentavam-se a Jesus nas condições de perfeitos, ostentando hipocritamente grande santidade e confiança nas suas próprias obras de justiça; enquanto isso não aceitavam a autoridade divina de Jesus.
Em Lucas 16.15, Jesus disse-lhes: “Vós sois os que justificais a vós mesmos diante dos homens, mas Deus conhece os vossos corações, porque o que entre os homens é elevado, perante Deus é abominação”.
Observa-se que a tendência dos fariseus era permanecer debaixo da Lei, desconhecendo a Graça de Cristo.
E mesmo não existindo no homem a capacidade para guardar a Lei, Deus não proíbe ninguém de entrar por esse caminho, quando a pessoa faz questão de estar debaixo da Lei; mas nesse caso, então, exige dela a perfeição na prática de toda a Lei (Tg 2.10):
 “Porque qualquer que guardar toda a lei e tropeçar em um só ponto, tornou-se culpado de todos”.
Foi exatamente essa cobrança que Jesus fez aos fariseus, se quisessem entrar pela Lei (se achando em condições de guardá-la), o caminho estava aberto, porém, que não fossem hipócritas, ou seja, que não fossem somente dizimistas, mas que não desprezassem o mais importante da Lei:
O juízo, a misericórdia e a fé” (Mt 23.23).
O juízo e o amor de Deus” (Lc 11.42).
Conclusão: deveriam guardar toda a Lei sem tropeçar em um só ponto (Tg 2.10; Gl 5.2-3).
Se alguém argumenta que estas palavras não foram dirigidas a fariseus, mas sim a cristãos, pelo fato de Jesus ter incluído o juízo, a misericórdia e a fé, obras estas praticadas pelo cristianismo, vale lembrar que muitas obras do cristianismo estão incluídas na dispensação da Lei, como por exemplo:
Não adulterarás, não matarás, não darás falso testemunho, amarás a Deus sobre todas as coisas, etc.

O que essas pessoas não entendem é que a Lei é ampla, contendo muitas obras do cristianismo e muito mais, como:
circuncisão, dízimos, guarda de dias meses e anos, sacrifícios de animais, abstinência de manjares, etc. etc.

Paulo dá as características da preciosidade da Lei, dizendo: “E assim a lei é santa, e o mandamento santo, justo e bom”, (Rm 7.12). Porém havia nela ordenanças divinas que ao homem é impossível realizá-las.

Tanto que Paulo disse: “Porque bem sabemos que a lei é espiritual; mas eu sou carnal, vendido sob o pecado” (Rm 7.14).
Podemos afirmar que a Lei é santa porque veio de Deus (Lv 18.5); tão boa que Jesus a consumou (Jo 17.4); e tão justa que Cristo nos salvou pela realização do seu cumprimento (Mt 5.17).
Vale salientar que aquele que quiser viver debaixo da Lei (se achando capaz de guardá-la) não pode desprezar o mais importante dela: O juízo, a misericórdia e a fé.
Veja que Paulo fala aos Gálatas, dizendo: “E de novo protesto a todo homem, que se deixa circuncidar, que está obrigado a guardar toda a lei” (Gl 5.3).
Essa “toda a Lei” que Paulo fala que deve guardar o homem que se deixa circuncidar, obviamente inclui o principal dela:
o juízo, a misericórdia e a fé; pois fazem parte da dispensação da Lei, mas nem por isso o cristão deve se circuncidar; pois está escrito:


Se o crente se circuncidar, Cristo de nada aproveitará” 


(Gl 5.2).
Diante deste esclarecimento, alguém pode perguntar: mas não existe só um caminho?
Não, é a resposta. Existe só um caminho se levarmos em conta a incapacidade humana. Mas, matematicamente, existem dois caminhos:
1º) O da salvação pela prática da Lei dada por Deus, por intermédio de Moisés (a Antiga Aliança, chamada Lei de Moisés).
2º) O da salvação pela Graça que há em Cristo Jesus (a Nova Aliança).
Por que então Jesus disse: “Eu sou o caminho”?
Exatamente, levando em conta a incapacidade humana.
A justiça pela Lei dada por intermédio de Moisés, foi o primeiro caminho oferecido por Deus para a salvação do homem, conforme a Sua própria expressão em Levíticos 18.5:
E dei-lhes os meus estatutos e os meus juízos pelos quais cumprindo-os o homem viverá por eles”, veja também Ez 20.11.
Paulo, escrevendo aos romanos, confirma esta condição de salvação ao declarar: “Ora, Moisés descreve a salvação que é pela lei, dizendo:
O homem que fizer estas coisas viverá por elas” (Rm 10.5).
Este é o caminho da salvação pela prática da Lei (fora da Graça de Cristo), Gl 5.4.
Porém, todo cristão esclarecido tem pleno conhecimento de que no homem não existe justiça suficiente para guardar perfeitamente todos os mandamentos da Lei, pois está escrito:
Não há um justo, nem um sequer” (Rm 3.10; Sl 53.2-3).

Contudo, o caminho da salvação pela prática da Lei continua aberto, isto é, à disposição de alguém que queira confiar na sua própria capacidade, como faziam os fariseus.
Existem vários textos bíblicos confirmando que a Lei permanece como caminho para a salvação humana.

Para um melhor esclarecimento, comecemos interpretando o capítulo 10, versículo 19 da Epístola aos Hebreus, quando o escritor declara:
 Tendo, pois, irmãos, ousadia para entrar no santuário, pelo novo e vivo caminho que ele nos consagrou, pelo véu, isto é, pela sua carne”.
No versículo acima, o escritor se refere a Novo Caminho; isto quer dizer que existe outro caminho (o Velho Caminho); Velho, obviamente, porque veio antes do Novo.
No capítulo 8, versículo 13 do mesmo livro, o próprio escritor acrescenta: “Dizendo nova aliança, envelheceu a primeira.
Ora, o que foi tornado velho, e se envelhece, perto está de se acabar”.
Observemos, então, que a Lei não se havia acabado. Porém, a prática da Lei só se acabará quando não existir mais ninguém confiando na carne (na sua própria capacidade), querendo usá-la como meio de salvação.
O capítulo 4 do livro “O Sábado, A Lei E A Graça”, escrito por Abraão de Almeida, publicado pela CPAD (Casas Publicadoras das Assembleias de Deus), diz o seguinte:
“A Lei continua santa, boa e justa, mas, não estamos mais sujeitos a ela”.
Paulo, escrevendo a sua Primeira Epístola a Timóteo, expressa-se sobre o assunto, dizendo:
Sabemos, porém, que a lei é boa, se alguém dela usa legitimamente (1 Tm 1.8).
Aqui, ele demonstra estar aberto o caminho da salvação pela prática da Lei. Igualmente observemos os versículos transcritos a seguir:
a)           Rm 2.25: “A circuncisão é, na verdade proveitosa, se tu guardares a lei”.
b)           Gl 5.3: “E de novo protesto a todo homem, que se deixa circuncidar, que está obrigado a guardar toda a lei”.
c)            Rm 2.13: “Porque os que ouvem a lei não são justos diante de Deus, mas os que praticam a lei, hão de ser justificados”.
d)           Gl 3.12: “Ora, a lei não é da fé, mas, o homem que fizer estas coisas, por elas viverá”.
Porque na verdade, não é a Lei que não tem capacidade para salvar o homem; é o homem que não tem capacidade para guardar a Lei.

Porém, a Lei só tem capacidade para salvar o homem que for perfeito; mas Jesus tem capacidade para salvar o homem imperfeito.
Tanto a Lei como Cristo, têm capacidade para salvar, porém, em condições bem distintas, ou seja, enquanto a Lei exige a perfeição, o poder de Cristo se aperfeiçoa na fraqueza (2º Co. 12.9).
Portanto, observamos acima que a Lei permanece à disposição da perfeição humana. Por isto Jesus não condenou os fariseus por quererem guardar a Lei, mas sim os advertiu para que, neste caso, então, guardassem toda a Lei.
Os pregadores de dízimos se apegam tanto aos versículos 8 à 10 do capítulo 3 do livro de Malaquias, que até pregam que o cristão que não paga o dízimo não entra no reino dos céus, nem pode estar em comunhão com o povo de Deus.
A respeito dessa heresia, inclusive, tenho documentos em mãos, os quais dizem ser o dízimo uma dívida financeira que o cristão tem para com Deus.

Desta forma, os que assim pregam, inutilizam o Completo Sacrifício que Cristo realizou na Cruz do Calvário em resgate da humanidade; pois o próprio Jesus, ao entregar o Espírito a Deus, declarou:

Está consumado

(Jo 19.30; Lc 23.46).


Paz seja com todos!
JC de Araújo Jorge

domingo, 3 de março de 2013

O DÍZIMO NO NOVO TESTAMENTO - Parte 1






É impossível encontrar na Bíblia Sagrada, uma base verdadeira para cobrança de dízimo dos cristãos, mas pelo contrário, a orientação da Palavra de Deus é para que nenhum cristão troque a sua liberdade espiritual pela maldição da servidão da Lei.

 No Novo Testamento existem apenas quatro textos que mencionam o dízimo. Entre estes quatro, dois são paralelos, isto é, relatam a mesma situação: Mateus 23.23 e Lucas 11.42; os outros dois estão em Lucas 18.12 e Hebreus 7.2-9.
E o que fica bem evidente nestes textos, é que nenhum deles se refere à dízimo de cristão.
Observemos Mateus 23.23 e Lucas 11.42 respectivamente transcritos a seguir:
    1º) “Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas, pois que dizimais a hortelã, o endro e o cominho, e desprezais o mais importante da lei: o juízo, a misericórdia e a fé; deveis, porém, fazer estas coisas, e não omitir aquelas” (Mt 23.23).
     2º) “Mas ai de vós, fariseus, que dizimais a hortelã, e a arruda, e toda hortaliça, e desprezais o juízo e o amor de Deus. Importava fazer estas coisas e não deixar as outras” (Lc 11.42).
Neste caso, podemos claramente entender que ao finalizar Seu comentário, Jesus diz que eles deveriam continuar dando o dízimo e, inclusive, não se omitirem de praticar os demais mandamentos da Lei (o mais importante dela).
Porém, aí vem a seguinte pergunta: A quem Jesus estava dirigindo Suas Palavras e qual o teor Destas Palavras? Sem dúvida compreendemos que Jesus se dirigia aos escribas e fariseus, e não a cristãos (como muitos afirmam); tanto, que Jesus não os tratou pelos seus próprios nomes, mas pelo título da sua religião.

Esses homens, vivendo o judaísmo regido pela Lei, confiavam na sua própria justiça e capacidade, no que tange à guarda da Lei. Apresentavam-se a Jesus nas condições de perfeitos, ostentando hipocritamente grande santidade e confiança nas suas próprias obras de justiça; enquanto isso não aceitavam a autoridade divina de Jesus.
Em Lucas 16.15, Jesus disse-lhes: “Vós sois os que justificais a vós mesmos diante dos homens, mas Deus conhece os vossos corações, porque o que entre os homens é elevado, perante Deus é abominação”.
Observa-se que a tendência dos fariseus era permanecer debaixo da Lei, desconhecendo a Graça de Cristo.
E mesmo não existindo no homem a capacidade para guardar a Lei, Deus não proíbe ninguém de entrar por esse caminho, quando a pessoa faz questão de estar debaixo da Lei; mas nesse caso, então, exige dela a perfeição na prática de toda a Lei (Tg 2.10):
 “Porque qualquer que guardar toda a lei e tropeçar em um só ponto, tornou-se culpado de todos”.
Foi exatamente essa cobrança que Jesus fez aos fariseus, se quisessem entrar pela Lei (se achando em condições de guardá-la), o caminho estava aberto, porém, que não fossem hipócritas, ou seja, que não fossem somente dizimistas, mas que não desprezassem o mais importante da Lei:
O juízo, a misericórdia e a fé” (Mt 23.23).
O juízo e o amor de Deus” (Lc 11.42).
Conclusão: deveriam guardar toda a Lei sem tropeçar em um só ponto (Tg 2.10; Gl 5.2-3).
Se alguém argumenta que estas palavras não foram dirigidas a fariseus, mas sim a cristãos, pelo fato de Jesus ter incluído o juízo, a misericórdia e a fé, obras estas praticadas pelo cristianismo, vale lembrar que muitas obras do cristianismo estão incluídas na dispensação da Lei, como por exemplo:
Não adulterarás, não matarás, não darás falso testemunho, amarás a Deus sobre todas as coisas, etc.

O que essas pessoas não entendem é que a Lei é ampla, contendo muitas obras do cristianismo e muito mais, como:
circuncisão, dízimos, guarda de dias meses e anos, sacrifícios de animais, abstinência de manjares, etc. etc.

Paulo dá as características da preciosidade da Lei, dizendo: “E assim a lei é santa, e o mandamento santo, justo e bom”, (Rm 7.12). Porém havia nela ordenanças divinas que ao homem é impossível realizá-las.

Tanto que Paulo disse: “Porque bem sabemos que a lei é espiritual; mas eu sou carnal, vendido sob o pecado” (Rm 7.14).
Podemos afirmar que a Lei é santa porque veio de Deus (Lv 18.5); tão boa que Jesus a consumou (Jo 17.4); e tão justa que Cristo nos salvou pela realização do seu cumprimento (Mt 5.17).
Vale salientar que aquele que quiser viver debaixo da Lei (se achando capaz de guardá-la) não pode desprezar o mais importante dela: O juízo, a misericórdia e a fé.
Veja que Paulo fala aos Gálatas, dizendo: “E de novo protesto a todo homem, que se deixa circuncidar, que está obrigado a guardar toda a lei” (Gl 5.3).
Essa “toda a Lei” que Paulo fala que deve guardar o homem que se deixa circuncidar, obviamente inclui o principal dela:
o juízo, a misericórdia e a fé; pois fazem parte da dispensação da Lei, mas nem por isso o cristão deve se circuncidar; pois está escrito:


Se o crente se circuncidar, Cristo de nada aproveitará” 


(Gl 5.2).
Diante deste esclarecimento, alguém pode perguntar: mas não existe só um caminho?
Não, é a resposta. Existe só um caminho se levarmos em conta a incapacidade humana. Mas, matematicamente, existem dois caminhos:
1º) O da salvação pela prática da Lei dada por Deus, por intermédio de Moisés (a Antiga Aliança, chamada Lei de Moisés).
2º) O da salvação pela Graça que há em Cristo Jesus (a Nova Aliança).
Por que então Jesus disse: “Eu sou o caminho”?
Exatamente, levando em conta a incapacidade humana.
A justiça pela Lei dada por intermédio de Moisés, foi o primeiro caminho oferecido por Deus para a salvação do homem, conforme a Sua própria expressão em Levíticos 18.5:
E dei-lhes os meus estatutos e os meus juízos pelos quais cumprindo-os o homem viverá por eles”, veja também Ez 20.11.
Paulo, escrevendo aos romanos, confirma esta condição de salvação ao declarar: “Ora, Moisés descreve a salvação que é pela lei, dizendo:
O homem que fizer estas coisas viverá por elas” (Rm 10.5).
Este é o caminho da salvação pela prática da Lei (fora da Graça de Cristo), Gl 5.4.
Porém, todo cristão esclarecido tem pleno conhecimento de que no homem não existe justiça suficiente para guardar perfeitamente todos os mandamentos da Lei, pois está escrito:
Não há um justo, nem um sequer” (Rm 3.10; Sl 53.2-3).

Contudo, o caminho da salvação pela prática da Lei continua aberto, isto é, à disposição de alguém que queira confiar na sua própria capacidade, como faziam os fariseus.
Existem vários textos bíblicos confirmando que a Lei permanece como caminho para a salvação humana.

Para um melhor esclarecimento, comecemos interpretando o capítulo 10, versículo 19 da Epístola aos Hebreus, quando o escritor declara:
 Tendo, pois, irmãos, ousadia para entrar no santuário, pelo novo e vivo caminho que ele nos consagrou, pelo véu, isto é, pela sua carne”.
No versículo acima, o escritor se refere a Novo Caminho; isto quer dizer que existe outro caminho (o Velho Caminho); Velho, obviamente, porque veio antes do Novo.
No capítulo 8, versículo 13 do mesmo livro, o próprio escritor acrescenta: “Dizendo nova aliança, envelheceu a primeira.
Ora, o que foi tornado velho, e se envelhece, perto está de se acabar”.
Observemos, então, que a Lei não se havia acabado. Porém, a prática da Lei só se acabará quando não existir mais ninguém confiando na carne (na sua própria capacidade), querendo usá-la como meio de salvação.
O capítulo 4 do livro “O Sábado, A Lei E A Graça”, escrito por Abraão de Almeida, publicado pela CPAD (Casas Publicadoras das Assembleias de Deus), diz o seguinte:
“A Lei continua santa, boa e justa, mas, não estamos mais sujeitos a ela”.
Paulo, escrevendo a sua Primeira Epístola a Timóteo, expressa-se sobre o assunto, dizendo:
Sabemos, porém, que a lei é boa, se alguém dela usa legitimamente (1 Tm 1.8).
Aqui, ele demonstra estar aberto o caminho da salvação pela prática da Lei. Igualmente observemos os versículos transcritos a seguir:
a)           Rm 2.25: “A circuncisão é, na verdade proveitosa, se tu guardares a lei”.
b)           Gl 5.3: “E de novo protesto a todo homem, que se deixa circuncidar, que está obrigado a guardar toda a lei”.
c)            Rm 2.13: “Porque os que ouvem a lei não são justos diante de Deus, mas os que praticam a lei, hão de ser justificados”.
d)           Gl 3.12: “Ora, a lei não é da fé, mas, o homem que fizer estas coisas, por elas viverá”.
Porque na verdade, não é a Lei que não tem capacidade para salvar o homem; é o homem que não tem capacidade para guardar a Lei.

Porém, a Lei só tem capacidade para salvar o homem que for perfeito; mas Jesus tem capacidade para salvar o homem imperfeito.
Tanto a Lei como Cristo, têm capacidade para salvar, porém, em condições bem distintas, ou seja, enquanto a Lei exige a perfeição, o poder de Cristo se aperfeiçoa na fraqueza (2º Co. 12.9).
Portanto, observamos acima que a Lei permanece à disposição da perfeição humana. Por isto Jesus não condenou os fariseus por quererem guardar a Lei, mas sim os advertiu para que, neste caso, então, guardassem toda a Lei.
Os pregadores de dízimos se apegam tanto aos versículos 8 à 10 do capítulo 3 do livro de Malaquias, que até pregam que o cristão que não paga o dízimo não entra no reino dos céus, nem pode estar em comunhão com o povo de Deus.
A respeito dessa heresia, inclusive, tenho documentos em mãos, os quais dizem ser o dízimo uma dívida financeira que o cristão tem para com Deus.

Desta forma, os que assim pregam, inutilizam o Completo Sacrifício que Cristo realizou na Cruz do Calvário em resgate da humanidade; pois o próprio Jesus, ao entregar o Espírito a Deus, declarou:

Está consumado
(Jo 19. 30;  Lc 23. 46)


Paz seja com todos!
JC de Araújo Jorge

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