segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

O DÍZIMO NO NOVO TESTAMENTO - Parte 2





Os que querem ser resgatados da sua vã maneira de viver com a tradição que receberam de seus pais através de pagamentos de dízimos e demais obras mortas.
Pedro, escrevendo a sua Primeira Epístola, adverte o povo dessa heresia, dizendo:
Não foi com coisas corruptíveis, como prata ou ouro, que fostes resgatados da vossa vã maneira de viver que por tradição recebestes de vossos pais, mas com o precioso sangue de Cristo, como de um cordeiro imaculado e incontaminado” (1 Pe 1.18-19).

Confira ainda: Ap 22.17; At 15.10-11; Ef 2.8-9; Mt 20.28; 1Tm 2.6; Rm 3.24.
Os cobradores de dízimos até parecem desconhecer a Graça de Cristo e o que significa: “Misericórdia quero, e não sacrifícios” (Mt 9.13).
Vimos, portanto, o espírito da mensagem que o texto em estudo expressa, porém muitos são os obreiros que o tomam como uma das bases para cobrança de percentual dos cristãos.
Ainda alegam que Jesus está autorizando tal cobrança aos cristãos, apresentando a parte final destes versículos:
Deveis, porém fazer estas coisas, e não omitir aquelas” (Mt 23.23).
Importava fazer estas coisas, e não deixar as outras” (Lc 11.42).

Como já foi esclarecido acima, ao terminar Seu comentário, Jesus diz que os escribas e fariseus não deveriam deixar de pagar o dízimo, pois fazia parte da Lei que eles persistiam em guardar.
Observe, ainda, o leitor, que o dízimo ali não é o objetivo principal, e sim está sendo usado como argumento para levar aqueles homens, que viviam apenas de aparência, ao conhecimento do seu erro.

Lucas 18.11-14

11 “O fariseu, estando em pé, orava consigo desta maneira: Ó Deus, graças te dou, porque não sou como os demais homens, roubadores, injustos e adúlteros; nem ainda como este publicano”.
12 “Jejuo duas vezes na semana, e dou o dízimo de tudo quanto possuo”.
13 “O publicano, porém, estando em pé, de longe, nem ainda queria levantar os olhos aos céus, mas batia no peito, dizendo: Ó Deus, tem misericórdia de mim pecador”.
14 “Digo-vos que este desceu justificado, e não aquele; porque qualquer que a si mesmo se exaltar será humilhado, e qualquer que a si mesmo se humilhar será exaltado”.
No texto supracitado, encontramos Jesus criticando, mais uma vez, os fariseus por confiarem em suas obras de justiça, e justificando um publicano por reconhecer seu estado de pecaminosidade, humilhando-se diante de Deus.
É dentro dessa mensagem que aparece pela segunda vez o dízimo no Evangelho de Lucas. O leitor pode observar que novamente Jesus faz referência ao dízimo de homens que estavam debaixo da Lei.
Se o leitor for sincero, haverá de concluir que, neste texto, Jesus não está impondo o dízimo aos cristãos.

      Hebreus Capítulo 7
Apresento esta parte dividida em dois pontos para melhor clareza.
Ponto 1: Um resumo geral do que o escritor procura apresentar neste capítulo.
Ponto 2: Destaque para os versículos que são especificamente tomados por base para cobrança do dízimo.


1- Os cristãos hebreus, por terem vindo do judaísmo e seus preceitos, tinham tendências a sustentar rudimentos do Antigo Pacto (a Lei), tais como: circuncisão, sacerdócio levítico, etc. etc. 

(At 15.5-6).

Sendo assim, o escritor procura mostrar, neste capítulo 7, a absoluta superioridade de Jesus sobre o sacerdócio levítico, que era segundo a Lei, ou seja, agia de acordo com a Lei, versículo 5.
Procura mostrar também que a obrigatoriedade da Lei havia tido o seu tempo exclusivo e que já havia cessado, conforme versículo 28, que diz:
Porque a lei constitui sumos sacerdotes a homens fracos, mas a palavra do juramento, que veio depois da lei, constitui ao Filho, perfeito para sempre”.
Em resumo, o que o autor procura transmitir neste capítulo é a superioridade de Cristo, algo que ele faz em sequência.
Primeiro apresenta a superioridade de Melquisedeque sobre o sacerdócio levítico, que aparece nos versículos 4 a 10; em seguida apresenta a superioridade de Cristo sobre o sacerdócio levítico, versículos 11 a 28.

Essa superioridade de Jesus sobre tudo e todos está resumida no primeiro versículo do capítulo 8:
Ora, em suma (em resumo) do que temos dito, é que temos um sacerdote tal (tal aqui significa indescritível) que está assentado nos céus a destra do trono da Majestade”.
O fato de o escritor aos Hebreus ter usado o dízimo de Abraão a Melquisedeque como argumento para mostrar a superioridade de Cristo, não significa que está ordenando a cobrança de dízimo para os cristãos.
Os levitas cobravam dízimos segundo a Lei (de Moisés), é o que nos fala o versículo 5, que diz: “E os que dentre os filhos de Levi recebem o sacerdócio têm ordem, segundo a lei, de tomar o dízimo do povo, isto é, de seus irmãos, ainda que tenham saído dos lombos de Abraão”.
A expressão “têm ordem segundo a lei” deixa claro que o dízimo era tomado segundo a Lei, e não segundo a Graça.
Observe que o escritor faz questão de esclarecer que o dízimo não era praticado entre os cristãos, quando diz:
 “do povo, isto é, de seus irmãos”.
Não disse “dos nossos irmãos”, mas, “dos seus irmãos” (dos irmãos espirituais dos sacerdotes levíticos que ainda andavam na Lei e não viviam na Graça de Cristo).
Onde aparece a Igreja primitiva pagando ou recebendo dízimos? Aparece, sim, recolhendo ofertas voluntárias para diversas necessidades e finalidades.
A lei no cristianismo é outra; observemos o versículo 12:
Porque, mudando-se o sacerdócio, necessariamente se faz também mudança da lei”.
O cristianismo está na lei da liberdade, Tg 1.25:
Aquele, porém, que atenta bem para a lei perfeita da liberdade, e nisto persevera, não sendo ouvinte esquecido, mas fazedor da obra, este tal será bem-aventurado no seu feito”.
E também, Tg 2.12: “Assim falai, e assim procedei, como devendo ser julgados pela lei da liberdade”. Não é mais a lei da aliança levítica, isto é, de mandamentos carnais (Hb 7.18-19).
Portanto, irmãos, convêm que consideremos a advertência de Paulo: “Estai, pois, firmes na liberdade com que Cristo vos libertou, e não torneis a meter-vos debaixo do jugo da servidão” (Gl 5.1).

          Hebreus 7.8

E aqui certamente tomam dízimos homens que morrem; ali, porém, aquele de quem se testifica que vive”.

Na primeira parte, ele está fazendo menção do sacerdócio levítico, que era composto de homens mortais, conforme versículo 5.
A palavra “aqui” se refere a essa menção. Seria o mesmo que o autor dizer: Aqui (neste caso, nesta situação que expomos a vocês, irmãos) quem cobra dízimos são homens que morrem.
Quais homens? Os levitas. Pois o sacerdócio levítico continuava quando foi escrita esta epístola, tanto que no capítulo 8, versículo 4, o escritor comentando sobre Jesus, diz:
Ora, se Ele estivesse na terra, nem tampouco sacerdote seria, havendo ainda sacerdotes que oferecem dons segundo a lei”.
Então o “Aqui” não está fazendo referência aos pastores, presbíteros e outros obreiros do cristianismo como muitos supõem e ensinam, mas sim a sacerdotes levíticos, pois eram eles quem cobravam dízimos.

Já, na segunda parte, quanto à palavra “ali”, ela não passa de uma referência a Melquisedeque ali no passado. Seria o mesmo que o autor dizer:
 “Ali (naquele caso, naquela situação, no tempo de Melquisedeque) aquele de quem se testifica que vive”.
O “Ali” não está fazendo referência a Jesus, como alegam. O dízimo não é exclusividade da Lei, conforme versículo 5?

Então, como pode Jesus estar lá no céu cobrando ou recebendo algo pertencente a CÉDULA que era contra nos nas suas ordenanças, a qual Ele já riscou, Tirou do nosso meio e cravou na cruz ? (Cl 2.14).
Por fazer parte da Lei de mandamentos carnais, o dízimo foi substituído pela Graça. Depois que a fé veio já não estamos debaixo da Lei, conforme está escrito:
 “Separados estais de Cristo, vós, os que vos justificais pela lei: da graça tendes caído” (Gl 5.4)




Paz seja com todos!
JC de Araújo Jorge

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