segunda-feira, 30 de novembro de 2015

O DÍZIMO LEVÍTICO E A NOVA ALIANÇA



É impossível encontrar, na Bíblia Sagrada, uma base verdadeira para a prática de dízimo no Novo Testamento, mas pelo contrário, porque a orientação da Palavra de Deus é
para que nenhum cristão troque a sua liberdade espiritual pela maldição da servidão da Lei.

No Novo Testamento existem apenas quatro textos que mencionam o dízimo. Entre estes quatro, dois são paralelos, isto é, relatam a mesma situação: Mateus 23. 23 e Lucas 11. 42; os outros dois estão em Lucas 18. 12 e Hebreus 7. 2-9. E o que fica bem evidente nestes textos é que nenhum deles se refere à dízimo de cristão.


Observemos Mateus 23. 23 e Lucas 11. 42
respectivamente transcritos a seguir:

1º) “Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas, pois que dizimais a hortelã, o endro e o cominho, e desprezais o mais importante da lei: o juízo, a misericórdia e a fé; deveis, porém, fazer estas coisas, e não omitir aquelas”
(Mt 23. 23).

2º) “Mas ai de vós, fariseus, que dizimais a hortelã, e a arruda, e toda hortaliça, e desprezais o juízo e o amor de Deus. Importava fazer estas coisas e não deixar as outras” 
(Lc 11. 42).
Neste caso, podemos claramente entender que ao finalizar Seu comentário, Jesus diz que eles deveriam continuar dando o dízimo e, inclusive, não se omitirem de praticar os demais mandamentos da Lei (o mais importante dela).

Porém, aí vem a seguinte pergunta: A quem Jesus estava dirigindo Suas Palavras e qual o teor Destas
Palavras? Sem dúvida compreendemos que Jesus se dirigia aos escribas e fariseus, e não a cristãos (como muitos afirmam); tanto, que Jesus não os tratou pelos seus
próprios nomes, mas pelo título da sua religião. Esses homens, vivendo o judaísmo regido pela Lei, confiavam na sua própria justiça e capacidade, no que tange a guarda
da Lei. Apresentavam-se a Jesus nas condições de perfeitos, ostentando hipocritamente grande santidade e confiança nas suas próprias obras de justiça; enquanto isso não aceitavam a autoridade divina de Jesus. Em Lucas 16. 15, Jesus disse-lhes: “Vós sois os que justificais a vós mesmos diante dos homens, mas Deus conhece os vossos corações, porque o que entre os homens é elevado, perante Deus é abominação”.
Observa-se que a tendência dos fariseus era permanecer debaixo da Lei, desconhecendo a Graça de
Cristo. E mesmo não existindo no homem a capacidade para guardar a Lei, Deus não proíbe ninguém de entrar por esse caminho, quando a pessoa faz questão de estar
debaixo da Lei; mas nesse caso, então, exige dela a perfeição na prática de toda a Lei (Tg 2. 10): “Porque qualquer que guardar toda a lei e tropeçar em um só ponto, tornou-se culpado de todos”.
Foi exatamente essa cobrança que Jesus fez aos fariseus, se quisessem entrar pela Lei (se achando em
condições de guardá-la), o caminho estava aberto, porém, que não fossem hipócritas, ou seja, que não fossem somente dizimistas, mas que não desprezassem o mais importante da Lei:

“O juízo, a misericórdia e a fé” (Mt 23. 23).

“O juízo e o amor de Deus” (Lc 11. 42).

Conclusão: deveriam guardar toda a Lei sem tropeçar em um só ponto (Tg 2. 10; Gl 5. 2-3).
Se alguém argumenta que estas palavras não foram dirigidas à fariseus, mas sim à cristãos, pelo fato de Jesus ter incluído a misericórdia e a fé, obras estas praticadas pelo cristianismo, vale lembrar que muitas obras do cristianismo estão incluídas na dispensação da Lei, como
por exemplo: Não adulterarás, não matarás, não darás falso testemunho, amarás a Deus sobre todas as coisas, etc. O que essas pessoas não entendem é que a Lei é ampla, contendo muitas obras do cristianismo e muito mais, como: circuncisão, dízimos, guarda de dias meses e anos, sacrifícios de animais, abstinência de manjares, etc. etc. Paulo dá as características da preciosidade da Lei, dizendo: “E assim a lei é santa, e o mandamento santo, justo e bom”, 
(Rm 7. 12). Porém havia nela
ordenanças divinas que ao homem é impossível realizá-las.
Tanto que Paulo disse: “Porque bem sabemos que a lei é espiritual; mas eu sou carnal, vendido sob o pecado” (Rm 7. 14).
Podemos afirmar que a Lei é santa porque veio de Deus (Lv 18. 5); tão boa que Jesus a consumou (Jo 17.4); e tão justa que Cristo nos salvou pela realização do seu cumprimento
 (Mt 5. 17).

Vale salientar que aquele que quiser viver debaixo da Lei (se achando capaz de guardá-la) não pode
desprezar o mais importante dela: O juízo, a misericórdia e a fé.
Veja que Paulo fala aos Gálatas, dizendo: “E de novo protesto a todo homem, que se deixa circuncidar, que está obrigado a guardar toda a lei” (Gl 5. 3).
Essa “toda a Lei” que Paulo fala que deve guardar o homem que se deixa circuncidar, obviamente inclui o principal dela: o juízo, a misericórdia e a fé; pois fazem parte da dispensação da Lei, mas nem por isso o cristão deve se circuncidar; pois está escrito: “Se o crente se
circuncidar, Cristo de nada aproveitará” (Gl 5. 2).
Diante deste esclarecimento, alguém pode perguntar: “mas não existe só um caminho?” Não, é a
resposta. Existe só um caminho se levarmos em conta a incapacidade humana. Mas, matematicamente, existem dois caminhos:

1º) O da salvação pela prática da Lei dada por Deus, por intermédio de Moisés
 (a Antiga Aliança, chamada Lei de Moisés).

2º) O da salvação pela Graça que há em Cristo Jesus
(a Nova Aliança).

Por que então Jesus disse: “Eu sou o caminho”?
Exatamente levando em conta a incapacidade humana.
A justiça pela Lei dada por intermédio de Moisés, foi o primeiro caminho oferecido por Deus para a
salvação do homem, conforme a Sua própria expressão em Levíticos 18. 5: “E dei-lhes os meus estatutos e os meus juízos pelos quais cumprindo-os o homem viverá por eles”,
veja também Ez 20. 11.

Paulo, escrevendo aos Romanos, confirma esta condição de salvação ao declarar: 
“Ora, Moisés descreve a salvação que é pela lei, dizendo: O homem que fizer estas coisas viverá por elas” (Rm 10. 5).

Este é o caminho da salvação pela prática da Lei
(fora da Graça de Cristo), Gl 5. 4.

Porém, todo cristão esclarecido tem pleno conhecimento de que no homem não existe justiça
suficiente para guardar os mandamentos da Lei, pois está escrito: “Não há um justo, nem um sequer” (Rm 3.10; Sl 53.2-3). Contudo, o caminho da salvação pela prática da Lei continua aberto, isto é, à disposição de alguém que queira confiar na sua própria capacidade, como faziam os
fariseus.
Existem vários textos bíblicos confirmando que a Lei permanece como caminho para a salvação humana. Para um melhor esclarecimento, comecemos interpretando
o capítulo 10, versículo 19, da Epístola aos Hebreus, quando o escritor declara: “Tendo, pois, irmãos, ousadia para entrar no santuário, pelo novo e vivo caminho que ele nos consagrou, pelo véu, isto é, pela sua carne”. No versículo acima, o escritor se refere a Novo Caminho; isto quer dizer que existe outro caminho (o Velho Caminho); Velho, obviamente, porque veio antes do Novo. No capítulo 8, versículo 13 do mesmo livro, o próprio escritor acrescenta: “Dizendo nova aliança, envelheceu a primeira. Ora, o que foi tornado velho, e se envelhece, perto está de se acabar”.

Observemos, então, que a Lei não se havia acabado. Porém, a prática da Lei só se acabará quando
não existir mais ninguém confiando na carne (na sua própria capacidade), querendo usá-la como meio de salvação.
Paulo, escrevendo a sua Primeira Epístola a Timóteo, expressa-se sobre o assunto, dizendo: “Sabemos, porém, que a lei é boa, se alguém dela usa legitimamente” (1 Tm 1. 8).
Aqui, ele demonstra estar aberto o caminho da
salvação pela prática da Lei. Igualmente observemos os
versículos transcritos a seguir:
a) Rm 2. 25: “A circuncisão é, na verdade
proveitosa, se tu guardares a lei”.

b) Gl 5. 3: “E de novo protesto a todo homem,
que se deixa circuncidar, que está obrigado a
guardar toda a lei”.

c) Rm 2. 13: “Porque os que ouvem a lei não são
justos diante de Deus, mas os que praticam a
lei, hão de ser justificados”.

d) Gl 3. 12: “Ora, a lei não é da fé, mas, o
homem que fizer estas coisas, por elas
viverá”.

Porque na verdade, não é a Lei que não tem capacidade para salvar o homem; é o homem que não tem capacidade para guardar a Lei. Porém, a Lei só tem capacidade para salvar o homem que for perfeito; mas Jesus tem capacidade para salvar o homem imperfeito.
Tanto a Lei como Cristo, têm capacidade para salvar, porém, em condições bem distintas, ou seja, enquanto a Lei exige a perfeição, o poder de Cristo se aperfeiçoa na fraqueza 
(2ª Co. 12. 9).
Portanto, observamos acima que a Lei permanece à disposição da perfeição humana. Por isto Jesus não condenou os fariseus por quererem guardar a Lei, mas sim os advertiu para que, neste caso, então, guardassem toda a Lei.

Os pregadores de dízimos se apegam tanto aos versículos 8 à 10 do capítulo 3 do livro de Malaquias, que até pregam que o cristão que não paga o dízimo não entra no reino dos céus, nem pode estar em comunhão com o povo de Deus.
A respeito dessa heresia, inclusive, temos ouvido alguns pregadores dizerem que o dízimo é uma dívida financeira que o cristão tem para com Deus. Porém, os que assim pregam, inutilizam o Completo Sacrifício que Cristo realizou na Cruz do Calvário em resgate da humanidade; pois o próprio Jesus, ao entregar o Espírito a Deus, declarou: 
Está consumado (Jo 19. 30; Lc 23. 46).

Os tais querem ser resgatados da sua vã maneira de viver com a tradição que receberam de seus pais através de pagamento de dízimos e demais obras mortas. Pedro, escrevendo a sua Primeira Epístola, adverte o povo dessa heresia, dizendo: “Não foi com coisas corruptíveis, como prata ou ouro, que fostes resgatados da vossa vã maneira de viver que por tradição recebestes de vossos pais, mas
com o precioso sangue de Cristo, como de um cordeiro imaculado e incontaminado” 
(1 Pe 1. 18-19). 

Confira ainda: Ap 22. 17; At 15. 10-11; Ef  2.8-9; Mt 20. 28; 1Tm 2. 6; Rm 3. 24.

Os cobradores de dízimos até parecem desconhecer a Graça de Cristo e o que significa: 
“Misericórdia quero, e não sacrifícios” (Mt  9. 13).

Paz seja com todos,
JC de Araújo Jorge




sábado, 21 de novembro de 2015

ONDE ESTÁ A ARCA DA ALIANÇA ?



“Onde está a Arca da aliança que desapareceu misteriosamente?” 
é uma pergunta que tem intrigado
teólogos, estudiosos, e deixado muitos arqueologistas na
expectativa de encontrá-la. Uns dizem que ela está escondida
numa rocha; outros, que ela está na África aos cuidados de
alguém; outros, que ela está enterrada no chão do Antigo
Templo; e assim são muitas as especulações a respeito do
paradeiro da tão fascinante Arca da Aliança.

Porém, as Escrituras Sagradas dão claras evidências
de que a Arca da Aliança, feita por Moisés, a qual contém as
duas Tábuas de pedra escritas pelo dedo de Deus,
representando toda a Sua Lei (os Dez Mandamentos) que,
segundo o próprio Deus, cujo cumprimento resulta na
salvação do homem, encontra-se no Céu, no Templo de Deus,
até o julgamento final, conforme Apocalipse 11.19: “E abriu-se
no céu o templo de Deus, e a arca da sua aliança foi vista      no seu templo”.
Porque a “Obra de Redenção” que Jesus veio realizar,
era exatamente o cumprimento da Lei cujas Tábuas de pedra
que estão dentro da Arca a representam. Por isto, a Arca da
Aliança tem grande significado na nossa salvação.

Com certeza, a Arca da Aliança vista no céu, é a
original, na qual estão as duas tábuas de pedra escritas pelo
próprio dedo de Deus. A Sagrada Escritura não mente; e nela
está claramente revelado que, mediante o toque da última
trombeta, a Arca será vista no céu, no Templo de Deus, com
grandes sinais: “E abriu-se no céu o templo de Deus, e a
Arca da sua Aliança foi vista no seu templo; e ouve
relâmpagos, e vozes, e trovões, e terremotos e grande saraiva” (Ap 11.19).
Observemos que, grandes sinais também aconteceram
no Monte, quando Deus promulgou a Lei contida no interior
da Arca; pois tudo aconteceu em meio dos trovões,
relâmpagos, sonido da buzina, tremor e fumigação do Monte
(Ex 20.1-18; 19.18).

Se aquela não fosse a Arca da Aliança determinada
por Deus a Moisés, mas sim uma outra natural do Templo de
Deus (como também alguns dizem), não precisaria a
explicação de que a Arca teria sido vista “no seu templo”!
Bastaria dizer: “E abriu-se no céu o templo de Deus, e a Arca
da Aliança foi vista”. Mas, acrescentou: “no seu templo”,
dando a entender que Ela não era naturalmente do céu.
Posso afirmar, com base nas Santas Escrituras, que,
na história sagrada, só existe uma Arca da Aliança, a qual
contém as duas tábuas de pedra representando os dez
mandamentos. Alguns até dizem que Deus teria, lá no céu,
uma cópia dos dez mandamentos (do Testemunho), mas Deus
jamais usaria uma cópia, mas sim a original escrita pelo Seu
próprio dedo (Ex 31.18; 32.15-16).

Antes do Pacto do Monte Sinai não existia Arca da
Aliança, nem na terra, e nem no céu. Ela foi criada única e
exclusivamente para o processo de salvação do povo que
estava destituído da glória de Deus. Pois os seres celestiais
não precisam de Arca da Aliança. Tanto, que quando tudo se
cumprir, isto é, quando estivermos na glória eterna, não
precisará mais dela, conforme está escrito em Jeremias 3.16:

“E sucederá, que, quando vos multiplicardes e frutificardes
na terra, naqueles dias, diz o Senhor, nunca mais se dirá: A
Arca da Aliança do Senhor, nem lhes virá ao coração; nem
dela se lembrarão, nem a visitarão, nem se fará outra”.
Porém, hoje, a Arca da Aliança está no Céu, no
Templo de Deus, aguardando a chegada do povo salvo, para
que Cristo (pela Sua Graça) apresente por nós, todo o
cumprimento da Lei representada pelas tábuas que estão no
interior da Arca, consolidando assim o Resgate daqueles que
Lhe aceitaram como Salvador.

Outrossim, após Jesus ter realizado o único e
suficiente Sacrifício pela redenção do povo, como Sumo
Sacerdote, Ele tinha que ir até a Arca da Aliança, onde
Deus se fazia presente, para entregar o Sacrifício com
todo o cumprimento da Lei contida no interior da Arca,
para que se realizasse nEle toda a justiça do cumprimento
da Lei, sem que dela fosse omitido um jota ou um til,
conforme Ele mesmo falou em Mateus, 5.17-18. Porém,
segundo Hebreus 9.24, Jesus não entrou no santuário
terrestre, mas no mesmo céu, para comparecer por nós
perante a face de Deus. Isto significa que a Arca da
Aliança já estava no Santuário Celestial.

A Arca da Aliança é única. Deus não mostrou à
Moisés uma outra Arca como modelo, como alguns dizem.
Até porque, o modelo da Arca não foi mostrado a Moisés por
visão, mas por determinação de palavras. Veja em Êxodo
25.10-22, como Deus falou a Moisés para mostrar o modelo
da Arca, traçando todo o seu perfil por meio de palavras.
Muitos ainda não compreendem o tamanho do
significado espiritual da Arca da Aliança; pensam que Ela era
um simples utensílio do Tabernáculo; mas, Ela é muito mais
do que isto, Ela é a Aliança do Deus Altíssimo. Razão pela
qual é chamada de: ARCA DA ALIANÇA DO SENHOR.
Veja algumas referencias: Nm 10.33; Dt 31.26; Js 4.7; Jz
20.27; 1Sm 4.5; 1Rs 8.6; 1Cr 22.19; Ex 32.15-16.

Por isto, em Apocalipse 11.19, onde se refere a Ela, diz: e a
 ARCA DA SUA ALIANÇA foi vista NO SEU TEMPLO.

Contudo, a nossa salvação é pela Graça de Cristo,
porque a Lei que precisava ser cumprida para o nosso resgate,
representada pela Arca, Jesus já cumpriu por nós, dando-nos
o seu perfeito cumprimento pela Sua Graça.
Há duas maneiras para se cumprir a Lei, cujas tábuas
de pedra que estão dentro da Arca a representam:

Primeira: pela sua prática total, sem tropeçar em um
só ponto (Gl 3.12; 5.3-4; Rm 10.5; Mt 23.23; 1 Tm 1.8).

Segunda: pela fé em Cristo, ou seja, se alimentando
nEle, sem a prática da Lei: “Àquele que não pratica,
mas crê naquele que justifica o ímpio,
 a sua fé lhe é imputada como justiça” (Rm 4.5). 
Veja também: Jo 15.5; 6.57; Ef 2.8.

Observamos então, que a melhor maneira para que a
justiça da Lei se cumpra em nós, é o revestimento de Cristo
pelo batismo da fé, conforme está escrito: batizados em
Cristo já vos revestistes de Cristo (Gl 3.27).

São claras as evidências, pelas Sagradas Escrituras,
que a Arca da Aliança feita por Moisés, está no céu, no
Templo de Deus, contendo no Seu interior as duas Tábuas de
pedra esculpidas pelo dedo de Deus, como estandarte dos
Dez Mandamentos. Porque o Evangelho, corretamente
compreendido, nos leva a entender que Deus precisa da Arca
da Aliança até o dia do Julgamento Final. Pois naquele dia,
vamos precisar apresentar a Deus o perfeito cumprimento da
Lei dos Mandamentos, representada pelas Tábuas da Aliança
que estão no interior da Arca.

Porém, aqueles que tentarem entrar pela prática da
Lei, terão que apresentar o cumprimento dela pela sua própria
justiça. Mas, aqueles que são da fé, apresentarão a justiça da
Lei alcançada pela Graça de Cristo, isto é, cumprida em
Cristo Jesus, apenas pela fé no Seu nome, sem a prática da
Lei; conforme o versículo já citado acima: “Àquele que não
pratica, mas crê naquele que justifica o ímpio, a sua fé lhe é
imputada como justiça” (Rm 4.5).



Paz seja com todos,
JC de Araújo Jorge



sexta-feira, 13 de novembro de 2015

SOBRE A GUARDA DO SÁBADO




Aquele que está em Cristo já tem, pela Sua Graça, o
perfeito cumprimento da guarda do sábado. Dizer que vamos
guardar o sábado novamente é uma ofensa ao Espírito da
Graça; é uma profanação ao sangue da Nova Aliança; é um
menosprezo ao que Jesus já cumpriu por nós; veja o que o
escritor da Epístola aos Hebreus diz sobre o julgamento
de quem comete tal erro: “Quebrantando alguém a lei de
Moisés, morre sem misericórdia só pela palavra de duas
ou três testemunhas, de quanto maior castigo cuidais vós
será julgado merecedor aquele que pisar o Filho de Deus,
e tiver por profano o sangue da aliança com que foi
santificado, e fizer agravo ao Espírito da graça?” 
Hebreus  10. 28-29


O dia de descanso, hoje, segundo o costume social, é
o domingo; mais isso não tem nenhuma influência espiritual;
pois poderia ser qualquer dia, ou até mesmo, se não fosse a
nossa necessidade física, não descansar dia algum. Mas por
ser física e mentalmente importante o descanso, é bom que
seja noutro dia e não no sábado, para não acontecer que
muitos pudessem achar que, descansando, estivessem
guardando o sábado, e viessem a substituir a Graça de Deus
por tal superstição.

Alguns acham que o sábado deve ser guardado, pelo
fato de Jesus ter dito aos fariseus:
 “O Filho do homem é Senhor até do sábado” 
Lucas  6. 5

Ora, Jesus poderia dizer que
é Senhor do sábado, do domingo, da segunda, e de qualquer
dia; inclusive, Ele é Senhor da circuncisão, do sacrifício;
aliás, Jesus é Senhor de todos os Mandamentos da Lei.
Porém, Ele disse que é Senhor do Sábado, porque estava
sendo questionado sobre ele. Mas, observe que Jesus não
disse que é Senhor só do sábado, mas que “até do sábado”.

Porque na verdade Jesus é Senhor de tudo.
Na Nova Aliança, Deus, pelo Seu dom gratuito,
colocou todos os mandamentos da Lei em nossos corações e
os escreveu em nossos entendimentos, como sinal de que
tudo já está cumprido, assim como nos esclarece o escritor
aos Hebreus ao citar a profecia de Isaías: “Esta é a aliança
que farei com eles Depois daqueles dias, diz o Senhor: Porei
as minhas leis em seus corações, E as escreverei em seus
entendimentos; acrescenta: 
E jamais me lembrarei de seus
pecados e de suas iniquidades”
 Hebreus  10. 16-17

Aliás, até a Lei da circuncisão Deus colocou em
nossos corações por intermédio de Cristo, conforme a
expressão de Paulo sobre o assunto: “No qual também estais
circuncidados com a circuncisão não feita por mão no
despojo do corpo dos pecados da carne, a circuncisão de
Cristo” Colossenses  2. 11, e ainda: “Porque não é judeu o que o é
exteriormente, nem é circuncisão a que o é exteriormente na
carne, mas é judeu o que o é no interior, e circuncisão a que
é do coração, no espírito, não na letra” 
Romanos  2. 28-29

Vale lembrar, que, mesmo o cristão sendo isento da
prática da Lei, ele não fica sem o cumprimento dela; pois,
pela fé em Cristo, ele recebe o revestimento de toda a justiça
do cumprimento da Lei; porque se cumpre nele, por Cristo
Jesus, o testemunho da Lei e dos profetas. Por isto
encontramos na Bíblia o seguinte esclarecimento: “Mas
agora se manifestou sem a lei a justiça de Deus, tendo o
testemunho da lei e dos profetas” 
Romanos  3. 21



Paz seja com todos,
JC de Araújo Jorge



terça-feira, 13 de outubro de 2015

A LEI DE DEUS DADA PARA A SALVAÇÃO DO POVO MUDOU ?



Muitos, ao ouvirem que o cristão não precisa praticar
as obras da Lei, como: guarda do sábado, sacrifício de jejum,
uso do véu, devolução de dízimo, etc., logo fazem a seguinte
pergunta: 
“A Lei de Deus dada para a salvação do povo mudou?” 
E a resposta corretamente dada é: 
a Lei realmente não mudou em nada; o que mudou foi a Aliança de Deus com
o povo em relação ao cumprimento da Lei. Porque a “Antiga
Aliança” foi feita para que o povo cumprisse a Lei da justiça,
praticando os seus mandamentos. Ao contrário da “Nova
Aliança” que foi feita para que o povo tome posse da justiça
do cumprimento da Lei, em Cristo Jesus; isto é, pela fé no
Seu nome, sem a prática das obras da Lei; é o que se chama
de “Salvação pela Graça”, conforme os ensinamentos da
doutrina da Graça de Cristo, transcritos a seguir:

1º  Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e
isto não vem de vós, é dom de Deus. Não vem das
obras (das obras da Lei), para que ninguém se glorie
Efésios  2.  8-9

2º  Aquele que não pratica (não pratica a Lei), mas
crê naquele que justifica o ímpio, a sua fé lhe é
imputada como justiça (como se tivesse praticado a Lei) 
Romanos  4. 5

3º  Concluímos, pois, que o homem é justificado pela
fé sem as obras da lei.
 Romanos  3. 28

4º  Mas agora se manifestou sem a lei a justiça de
Deus, tendo o testemunho da lei e dos profetas 
Romanos  3. 21

5º  Porque o fim da lei é Cristo para justiça de todo
aquele que crê
 Romanos  10. 4

6º  Mas se é por graça, já não é pelas obras (pelas
obras da Lei); de outra maneira, a graça já não é graça
Romanos  11. 6

O cristão triunfa em Cristo, exatamente por ter
recebido dEle a justiça da Lei, sem a prática dela, ou seja,
apenas pela Sua Graça, sem as obras da lei, pelo que diz:
“Por isso nenhuma carne será justificada diante dele pelas
obras da lei, porque pela lei vem o conhecimento do pecado”
Romanos  3. 20

Observemos que Paulo diz que “pela Lei vem a
prática do pecado”. Aliás, muitos confundem a expressão de
Paulo: “conhecer pecado”, com distinguir o que é pecado.
Ora, dessa forma, o próprio Jesus não saberia distinguir o
pecado! Pois dEle Paulo escreveu: 
“Àquele que não conheceu pecado, o fez pecado por nós” 
2ª Coríntios  5. 21

 Isso nos deixa bem claro que a expressão de Paulo: “não
conheceu pecado” quer dizer que Jesus “não cometeu
pecado”. Da mesma forma, quando ele fala que pela Lei vem
o “conhecimento do pecado”, está dizendo que pela Lei vem
“a prática do pecado”. Observe que aos coríntios ele é bem
claro, quando diz: 
“a força do pecado é a Lei”
 1ª Coríntios   15. 56


Isto quer dizer que a Lei causa o pecado, é o agravante do
pecado. Inclusive, aos romanos ele diz: “Porque onde não
há lei também não há transgressão”.
Então entendemos perfeitamente que a declaração de
Paulo ao dizer: “pela lei vem o conhecimento do pecado”, é
apenas uma força de expressão para dar a entender que,
quanto mais carga da Lei é colocada sobre o ser humano,
mais pecador ele se torna, ou seja, mais aumenta a sua
transgressão, a qual lhe coloca debaixo da maldição. É o que
leva Paulo a Dizer também: “Todos aqueles, pois, que são
das obras da lei estão debaixo da maldição; porque está
escrito: Maldito todo aquele que não permanecer em todas
as coisas que estão escritas no livro da lei, para fazê-las”
Gálatas  3. 10

Porque, a tese de que o homem pode alcançar a
salvação pela sua própria guarda da lei, não passa de um
engano, de uma mentira; por essa razão está escrito: “Porque
a lei foi dada por Moisés; a graça e a verdade vieram por
Jesus Cristo” (Jo 1.17). Não que a Lei seja mentira; a Lei é
pura verdade, porém, o que não é verdade é a salvação do
homem pelo seu próprio cumprimento da Lei.
Isto quer dizer que, a verdade do cumprimento da Lei
de Deus, dada por intermédio de Moisés, chegou até nós (foi
dada a nós) pela Graça de Cristo. A nossa capacidade de
tomar posse do cumprimento da Lei, vem somente pela fé em
Cristo, e não pela prática da Lei. Pois, acreditar que o homem
pudesse guardar os mandamentos da Lei, 
era pura mentira, puro engano
 (puro exaltamento). 

Mas a verdade da realização
da Obra de Redenção, que importava no cumprimento da Lei,
só se concretizou por Cristo Jesus nosso salvador, que
cumpriu toda a Lei por nós, e agora nos oferece a posse da
justiça do cumprimento da Lei, apenas pala Sua Graça.
Muitos ainda não sabem que o Bem mais precioso que
recebemos pela Graça de Cristo é exatamente o cumprimento
da Lei que resulta na nossa salvação.
Se perguntar aos cristãos de hoje: “o que recebemos
pela Graça de Cristo?” A maioria só sabe dizer que foi a
salvação; mas não sabe que essa salvação veio pelo
cumprimento da lei.

Portanto, a Lei não mudou em nada; a Lei é Eterna e
Imutável, o que mudou foi a determinação do nosso
procedimento em relação ao cumprimento da Lei, ou seja, a
forma de adquirirmos a justiça do cumprimento da Lei.
Porém, a lei se cumpre em nós na íntegra, isto é, sem
mudança. Mas isto não acontece por praticarmos a Lei, mas
sim por estarmos revestidos de Cristo, que já cumpriu a Lei
por nós. E como acontece este revestimento? Pelo batismo da
fé; é assim que somos revestidos de Cristo.
Paulo confirma isto dizendo: 
“Porque todos quantos fostes batizados em
Cristo, já vos revestistes de Cristo”
 Gálatas  3. 27 

Uma vez revestidos de Cristo, automaticamente estamos revestidos
também do cumprimento da Lei. Este foi o propósito pelo
qual Jesus veio cumprir a Lei. Todos hão de entender que
Jesus não veio cumprir a Lei por Si mesmo, mas sim por nós;
isto significa que, pela Sua Graça, Jesus nos oferece a justiça
do cumprimento da Lei, sem a prática dela, a saber: apenas
pela fé no Seu nome.
É exatamente por Jesus ter nos revestido da justiça do
cumprimento da Lei, sem precisarmos praticá-la, que
caracteriza a “Salvação pela Graça”.



Paz seja com todos,

JC de Araújo Jorge




domingo, 20 de setembro de 2015

O ESCLARECIMENTO DA LIBERDADE CRISTÃ




A liberdade cristã, que importa na isenção da prática da Lei, foi totalmente esclarecida pelo Espírito Santo, depois da ressurreição de Jesus. Até então, os
discípulos continuavam na prática da Lei, isso é, guardando o sábado, jejuando, se circuncidando, e guardando toda a Lei de Moisés; até entenderem, pelo
Espírito Santo, todo o processo de salvação pela Graça de Cristo; mas isto foi muito gradativo.
Porém, diante dessa situação, surge a seguinte pergunta: 
“mas os discípulos, que conviveram com Jesus, não tomaram conhecimento de que não precisariam mais fazer essas coisas? 
Jesus não os ensinou a respeito de tudo isto?”
 Absolutamente não, pois Jesus não pregou abertamente a liberdade cristã aos discípulos, porque na época eles não tinham condições de entendê-la, por dois motivos:

Primeiro, porque o Espírito Santo ainda não tinha sido derramado sobre eles (João 7. 39), 
e as coisas de Deus só se entendem espiritualmente: “Ora, o homem natural
não compreende as coisas do Espírito de Deus, porque
lhes parece loucura; e não pode entendê-las, 
porque elas se discernem espiritualmente”
 1ª Coríntios  2. 14
   
Segundo, porque o próprio Jesus era guardador da Lei, como: circuncisão, jejum, dízimos, guarda de dias, meses e anos etc. Pois a missão de Jesus era a prática da
Lei, cumprindo-a em nosso lugar. 
Por isto, Ele afirma:
“Não cuideis que vim destruir a lei ou os profetas: não vim ab-rogar, mas cumprir” 
Mateus  5. 17

Gálatas 4.4, diz que Jesus foi nascido sob a Lei.
Em Lucas, 2.21-24, foi apresentado ao oitavo dia, circuncidado, dada a oferta 
(um par de rolas), segundo o que está escrito na Lei de Moisés. 
Romanos 15.8, diz que Ele foi ministro da circuncisão, 
por causa da verdade de Deus, para que confirmasse as promessas feitas aos pais.
Por este claro motivo, momentaneamente os discípulos não tinham condições de entender a liberdade cristã, ou seja, a isenção de tais obras. Até então, continuavam em plena prática dos mandamentos da Lei. Por essa razão é que no sábado do sepultamento de Jesus,
as mulheres não levaram as especiarias para a unção do Seu corpo, conforme está escrito:
 “E, voltando elas, prepararam especiarias e unguentos; e no sábado
repousaram, conforme o mandamento”
 Lucas  23. 56
A missão do ensinamento da liberdade cristã, Jesus deixou para o Espírito Santo, 
assim que fosse derramado.
Motivo este que levou Jesus a declarar: 
“Tenho muito que vos dizer, mas vós não podeis suportar agora, mas,
quando vier o Espírito de verdade, ele vos guiará em toda a verdade”
 João  16. 12-13
Em verdade, este fato concretizou-se após a ressurreição de Jesus, quando os discípulos, ao receberem o Espírito Santo, começaram a ser esclarecidos de toda a
verdade do Evangelho e, automaticamente, da liberdade cristã.
Um dos registros desta história encontramos claramente no capítulo 15, versículos 1 ao 32 de Atos dos Apóstolos; pois famosa foi a questão da igreja naquela época,
 de admitir ou não os gentios à fé cristã; porque os gentios não eram praticantes da Lei; e em os admitindo, se deveriam ou não serem submetidos à prática da Lei
(da circuncisão, da guarda do sábado, do jejum, do dízimo, etc.)
 Então, convocaram uma grande assembleia para debaterem este assunto. A libertação dos cristãos em relação ao jugo da servidão da Lei, foi, inicialmente, o
polêmico tema da assembleia. Porém logo foram esclarecidos, pelo Espírito Santo, que deveriam recebê-los apenas pela prática da fé em Cristo,
 sem submetê-los à prática da Lei.

Finalmente foram ensinados, pelo Espírito Santo, que seria uma tentação a Deus colocarem esse jugo sobre a cerviz dos discípulos
 Atos  15. 10
Foi quando decidiram enviar uma carta às congregações dos gentios 
convertidos a Cristo, dizendo:
Atos 15. 24-29
24 Portanto ouvimos que alguns que saíram dentre
nós vos perturbaram com palavras, e transtornaram as vossas almas, dizendo que deveis circuncidar-vos e guardar a lei, não lhes tendo nós dado mandamento,

25 Pareceu-nos bem, reunidos concordemente,
eleger alguns homens e enviá-los com os nossos amados Barnabé e Paulo,

26 Homens que já expuseram as suas vidas pelo nome de nosso Senhor Jesus Cristo.

27 Enviamos, portanto, Judas e Silas, os quais por palavra vos anunciarão
 também as mesmas coisas.

28 Na verdade pareceu bem ao Espírito Santo e a nós, 
não vos impor mais encargo algum, senão estas coisas necessárias: 

29 Que vos abstenhais das coisas sacrificadas aos ídolos, e do sangue, 
e da carne sufocada, e da prostituição, das quais coisas bem
 fazeis se vos guardardes. 
Bem vos vá.

Confirmaram-se assim as Palavras de Jesus, em João 16.12-13 (citadas acima), 
que disse:
“Tenho muito que vos dizer, mas, vós não podeis suportar agora,
quando vier aquele Espírito de verdade, ele vos guiará
em toda a verdade”.

Aliás, se os discípulos, na época que conviveram com Jesus, 
que O acompanharam na prática da circuncisão e na guarda de toda a Lei, 
tivessem condições de ouvirem do próprio Jesus que eles não precisavam se
circuncidar e guardar a Lei, não teriam passado por aquela tão grande polêmica, discutindo tais coisas. Mas isso, na época, era de difícil compreensão para eles; pois
na imaginação dos discípulos dava que, se Jesus praticava a Lei, eles também tinham condições de praticá-la. Até porque, quando Jesus perguntou para Tiago e João, se eles
podiam beber o cálice que Ele bebia, eles logo responderam que sim. 
Então, foi exatamente por motivos desta natureza que 
Jesus não explicou abertamente a isenção da prática da Lei aos discípulos.

Outrossim, em nenhum momento da discussão na grande assembleia de Jerusalém sobre o assunto, os discípulos disseram ter ouvido de Jesus algum ensinamento a
esse respeito, ou seja, que Jesus tivesse dito diretamente que eles não precisavam se circuncidar e guardar a Lei de Moisés; apenas disseram no versículo 15 que com isso concordaram
as palavras dos profetas. Eles pregaram a isenção da Lei de Moisés com base nas palavras dos profetas; mas não citaram nenhuma explicação de Jesus. Porque os discípulos não entendiam que Jesus veio cumprir a Lei em nosso lugar exatamente para nos isentar
da prática dela, ou seja, para nos oferecer a justiça da Lei apenas pela fé no Seu nome, isto é, pela Sua Graça, sem as obras da Lei, pelo fato de Deus entender que não temos
a mínima capacidade para vivermos na prática da Lei. Por isto, a prática da Lei no cristianismo nos separa da Graça de Cristo; conforme está escrito: “Separados estais de
Cristo, vós os que vos justificais pela Lei; da Graça tendes caído”
 Gálatas  5. 4

Na verdade, Jesus não pregava diretamente a isenção das obras da Lei, mas fazia menção da libertação do jugo delas, ao pregar a salvação pela Sua Graça, dizendo: 
“Eu sou a porta; se alguém entrar por mim, salvar-se-á”; 
“Quem crer e for batizado será salvo”; 
“Porque o meu jugo é suave e o meu fardo é leve”; etc.

O cristão não deve aceitar, de líder algum, a imposição da prática de nenhuma obra, quando a mesma não estiver enquadrada na doutrina do Espírito da Graça
que há em Cristo Jesus. O apóstolo Paulo, comentando sobre a liberdade cristã,
adverte os coríntios, dizendo:
“Fostes comprados por bom preço, não vos façais servos
dos homens”
1ª Coríntios  7. 23

E aos colossenses, Paulo diz: “Tende cuidado, para que ninguém vos faça presa sua, 
por meio de filosofias e vãs sutilezas, segundo a tradição dos homens, 
segundo o rudimento do mundo, e não segundo Cristo”
Colossenses  2. 8

Existem obreiros nos nossos dias agindo de forma gananciosa, isto é, querendo dominar o rebanho de Deus com o desejo enganoso do seu coração, como se tivessem
domínio próprio sobre a Igreja de Deus. Essa atitude tem causado prejuízos à obra de Deus, e sem dúvida é reprovada pelo Espírito Santo.
O apóstolo Pedro adverte aos obreiros da Igreja de Deus, com as seguintes palavras: “Apascentai o rebanho de Deus, que está entre vós, tendo cuidado dele, não por
força, mas voluntariamente; nem por torpe ganância, mas de ânimo pronto; 
nem como tendo domínio sobre a herança de Deus,
 mas servindo de exemplo ao rebanho”
1ª Pedro  5. 2-3

Já aprendemos acima, com o exemplo da história da Igreja primitiva,
 registrado em Atos 15.5-10, que os discípulos foram ensinados pelo Espírito Santo,
 que, pôr sobre a cerviz dos cristãos, 
jugo desta natureza, é tentar a Deus.
Tentar a Deus, nesse caso, quer dizer: exigir dos cristãos a prática de ordenanças que são contra a vontade de Deus, as quais não se enquadram na verdadeira
doutrina cristã, como é o caso da guarda do sábado, da circuncisão, do sacrifício de jejum, do uso de véu, do pagamento de dízimo, da abstinência de manjares, etc.
Porque se o Espírito Santo nos ensina que os mandamentos do cristão vêm pela lei da liberdade, sem dúvida essas obras legalistas não são nada mais nada menos do que puro mandamento carnal, para novamente submeter o povo de Deus ao jugo da servidão. 
Mas, a orientação bíblica é para que nenhum cristão troque a sua
 liberdade espiritual pela maldição da servidão da Lei:
“Estais, pois, firmes na liberdade com que Cristo vos
libertou, e não torneis a meter-vos debaixo do jugo da servidão” 
Gálatas  5. 1

Cristo nos libertou da maldição da Lei; contudo, os homens querem novamente submeter a igreja de Deus ao jugo dessa servidão. Não conhecendo a justiça de Deus, 
querem estabelecer a sua própria justiça
 Romanos  10 . 3

Muitos pregam que a salvação é pela GRAÇA, mas não fazem disto uma prática real nas suas vidas e nem nas suas constantes pregações; pois se contradizem ao dizer que
aquele que não guarda o sábado, não usa o véu, não paga o dízimo, não jejua, etc., não tem a remissão dos seus pecados. Com essa atitude legalista, demonstram ser insensíveis à
integridade da própria GRAÇA que pregam. Com os lábios pregam que a salvação é pela GRAÇA, mas com o coração exigem a ordenança da Lei.

O cumprimento de tais obras só teve validade espiritual em épocas anteriores ao Novo Testamento, ou seja, na dispensação da Lei, antes da Lei (nos tempos de Abraão), porque nessas épocas, a salvação pela GRAÇA DE CRISTO ainda não estava em prática. Motivo esse que levou Abraão a praticar obras tais, como: circuncisão, sacrifícios de animais,
dízimo, etc., as quais não se enquadram na verdadeira prática cristã. Porém, podemos afirmar, com absoluta certeza espiritual, que, se Abraão vivesse na época do cristianismo,
não praticaria tais obras.

Concluo então este texto, deixando claro que para chegarmos a integridade da fé, temos que estar totalmente isentos da prática da Lei de mandamentos carnais; pois a
liberdade cristã é uma graça concedida por Deus Pai, pregada por Seu Filho Jesus Cristo nas entrelinhas das Suas ricas e poderosas mensagens de salvação, e esclarecida abertamente
pelo Espírito Santo após o Seu derramamento sobre toda a carne.



Paz seja com todos,
JC de Araújo Jorge



quarta-feira, 2 de setembro de 2015

O DOMÍNIO E A FORÇA DO PECADO




Para obtermos um melhor esclarecimento
concernente a esse “domínio e força do pecado” sobre o
ser humano, comecemos analisando os versículos
transcritos a seguir: 

1º) Porque o pecado não terá domínio sobre vós,
pois não estais debaixo da lei,
 mas debaixo da graça 
Romanos  6. 14

2º) Ora, o aguilhão da morte é o pecado, 
e a força do pecado é a lei 
1ª Coríntios  15. 56

No primeiro versículo, encontramos uma
advertência sobre “o domínio do pecado”, e no segundo,
sobre a “força do pecado”; e o que podemos observar é
que o pecado toma força e domínio exatamente sobre
aqueles que tentam praticar a Lei. 
Essa Lei que ao se deparar com a incapacidade da carne, gera o pecado
tomando força e domínio sobre o ser humano.
Muitos, me fazem a seguinte pergunta:
 “é a Lei pecado?”
 E a resposta corretamente dada é:
 de modo algum! 
Paulo, ao instruir os romanos sobre a força e o domínio do pecado
 por intermédio da Lei, é bem claro ao afirmar: 
“A lei é santa, e o mandamento santo, justo e bom” 
Romanos  7. 12

O que Paulo aponta como erro não procede da Lei,
mas sim da imperfeição humana. É quando ele declara
que a Lei enfermou pela carne 
Romanos  8. 3

A fragilidade humana não resiste a cobrança de
perfeição da Lei. E a Lei só teria condição para salvar se
encontrasse perfeição e justiça no ser humano; porém, é
exatamente por falta dessas indispensáveis virtudes que
torna impossível a salvação pela Lei.
Paulo revela o fracasso do homem diante da
santidade e perfeição da Lei, dizendo: 
“Porque bem sabemos que a lei é espiritual,
 mas eu sou carnal, vendido sob o pecado” 
Romanos  7. 14

Se a Lei realmente encontrasse na carne suas
requisitadas qualidades, não seria chamada de
“Ministério da Morte” e “Ministério da Condenação”,
como foi no capítulo 3, versículos 7 a 9 da Segunda
Epístola de Paulo aos Coríntios, mas sim de
 “Ministério da Salvação”.

Porém não havendo em nós as devidas
qualidades, a Lei condenou a carne no pecado. Mas Deus,
pelas riquezas da Sua Graça, enviou Seu Filho Jesus
Cristo, guardando e cumprindo com perfeição a Lei que
havia condenado a carne no pecado, e inverteu a situação,
condenando o pecado na carne, para que fôssemos livres
da força e do domínio do pecado. Isto se não voltarmos a
persistir na prática das ordenanças da Lei da condenação,
mas vivermos totalmente na Graça de Cristo.

Observemos Romanos  8. 1-3, transcritos a seguir:

1) Portanto agora nenhuma condenação há para os que estão 
em Cristo Jesus, que não andam segundo a carne,
 mas segundo o Espírito.

2) Porque a lei do Espírito de vida, em Cristo Jesus, 
me livrou da lei do pecado e da morte.

3) Porque o que era impossível à lei, visto como estava enferma pela carne, 
Deus, enviando seu Filho em semelhança da carne do pecado, 
pelo pecado condenou o pecado na carne.

Esta passagem bíblica é muito lida nas reuniões
das igrejas, mas pouco observada como declaração de
isenção da Lei de mandamentos carnais, a qual gera o pecado. 

No versículo 2 (citado acima), Paulo declara:
“Porque a lei do Espírito de vida, em Cristo Jesus, me
livrou da lei do pecado e da morte”. Em parte, é o mesmo
que dizer: Porque a lei do Espírito de vida, em Cristo
Jesus, me livrou da lei da circuncisão, do dízimo, do
jejum, da guarda do sábado, do uso do véu, etc. Isto,
obviamente, porque a lei do Espírito de vida, em Cristo
Jesus, ensina a servir a Deus em liberdade de espírito;
mas a lei do pecado e da morte, ensina a cumprir obras de
mandamentos carnais.

Na dispensação da Lei, o homem teria que ser
perfeito na prática de todas as obras que estavam escritas
no Livro da Lei para cumpri-las. Pois a qualquer
impossibilidade do seu cumprimento, o pecado estava à
porta, dominando o povo de Deus por tal transgressão.
Mas, na dispensação da Graça, Deus tirou este
poder do pecado, nos libertando da prática das obras que
estavam escritas no livro da Lei. Por isto, os
mandamentos da Nova Aliança determinam somente a
realização de obras fraternais, 
e ainda conforme as possibilidades de cada um. 
É exatamente por este motivo que a lei da Graça não causa transgressão.

Deus anulou, para os cristãos, a prática das obras
da Lei, para livrar o Seu povo da maldita transgressão:
“Todos aqueles, pois, que são das obras da lei estão
debaixo da maldição; porque está escrito: maldito todo
aquele que não permanecer em todas as coisas que estão
escritas no livro da lei, para fazê-las” 
Gálatas  3. 10
Essa maldição só recai sobre o povo da Lei, que
quer realizar obras exclusivas do Antigo Pacto. Porque,
para fugir da transgressão da Lei, só saindo de debaixo
dela; conforme nos adverte
 Paulo na sua Epístola aos Romanos:
 “Porque onde não há lei também não há transgressão” 
Romanos  4. 15

Portanto, cristão, não se prenda debaixo do jugo da
servidão, mas viva totalmente na Graça de Cristo, para
obter o generoso resultado que ela nos concede: “Porque
o pecado não terá domínio sobre vós, pois não estais
debaixo da lei, mas debaixo da graça”
 Romanos  6. 14


AS  OBRAS  PELA  LEI  DA  GRAÇA

“Não estamos sem lei para com Deus, mas debaixo
da lei de Cristo
1ª Coríntios  9. 21

Embora o cristão não tenha compromisso com a
Lei de mandamentos carnais (o Antigo Pacto), mas ele
tem com a lei de Cristo. A lei de Cristo, mesmo sendo
chamada de ”Lei da liberdade” ou “Lei da fé”, não
dispensa, dentro das possibilidades humanas, as boas
obras. O próprio Jesus menciona as obras do cristão ao
prometer o Seu galardão, quando diz: “E o meu galardão
está comigo para dar a cada um segundo as suas obras”
Apocalipse  22. 12
Tiago é claro ao afirmar: 
“A fé sem obra é morta”
Tiago  2. 17

Muitos, por falta de interpretação apropriada das
Santas Escrituras, julgam que a expressão de Tiago entra
em contradição com algumas expressões do apóstolo
Paulo, como por exemplo, quando Paulo afirma aos
efésios: “Não vem das obras, para que ninguém se glorie”
(Ef 2.9); e aos romanos: “Mas se é pela graça, já não é
pelas obras; de outra maneira, a graça já não é graça”
Romanos  11. 6

Mas, o que devemos entender, é que Tiago está
fazendo referência às obras da fé (do Novo Conserto),
realizadas de forma horizontal, enquanto Paulo está
falando sobre as obras da Lei (do Antigo Conserto),
realizadas de forma vertical, isto é, em oferecimento a Deus.
No capítulo 3, versículo 20, de sua epístola aos
romanos, podemos claramente entender que Paulo se
refere às obras da Lei do Antigo Pacto, quando faz a
seguinte declaração: “Por isto nenhuma carne será
justificada diante dele pelas obras da lei, porque pela lei
vem o conhecimento do pecado” 
Romanos  3. 20

E no versículo 28 do mesmo capítulo, diz: 
“Concluímos, pois, que o homem é justificado pela fé sem as obras da lei ”.
Porém, o próprio apóstolo Paulo, quando se refere
às obras que são pela fé, admoesta os cristãos,
incentivando-os com grande ênfase a realizá-las pela
prática da fé e do amor. Ao escrever sua Primeira Epístola
a Tito, ele o desperta, dizendo que Jesus Cristo está
preparando um povo de boas obras, quando afirma:
 “O qual se deu a si mesmo por nós para nos remir de toda
iniquidade, e purificar para si um povo seu especial,
zeloso de boas obras” 
Tito  2. 14 

E na sua Epístola aos Efésios diz: 
“Porque somos feitura sua, criados em Cristo
Jesus para as boas obras, as quais Deus preparou para
que andássemos nelas” 
Efésios  2. 10

No cristianismo realmente são excluídas as obras
da lei de mandamentos carnais, mas estabelecidas as
obras da lei da liberdade, que opera por amor (Gálatas 5. 6).
Esta lei não dispensa as boas obras (as obras fraternais),
porém, só as exige de acordo com as possibilidades de
cada um.
Se o cristão não pode realizar uma obra, por
motivo de força maior, nada lhe é cobrado; mas se pode e
não o faz, obviamente que sua espiritualidade está em
baixa, por não sentir amor pela obra de Deus. Pois sem
dúvida nele não existe o indispensável fruto do Espírito
mencionado em Gálatas 5. 22, que diz: 
“Mas o fruto do Espírito é: 
amor, gozo, paz, longanimidade, benignidade,
bondade, fé, mansidão, temperança”.

Ter possibilidade de fazer o bem e não o fazer é
imputado como pecado; conforme está escrito:
 “Aquele,pois, que sabe fazer o bem e não o faz, comete pecado”
Tiago  4. 17

Concluímos, pois, que a bondade, a fé, a
benignidade e o amor, com que o verdadeiro cristão é
dotado, são companheiros inseparáveis das boas obras.



Paz seja com todos,
JC de Araújo Jorge




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