sábado, 18 de abril de 2015

O PLANO DE DEUS PARA A SALVAÇÃO DO HOMEM




Mesmo tendo Deus expulsado o homem do jardim do
Éden para que ele não comesse da árvore da vida e ficasse
imortalizado no corpo do pecado, contudo, não retirou o Seu
grande amor de sobre o homem. Porém, Deus, sentindo muito
com a queda espiritual do homem, e por não Se conformar
em perdê-lo de Seu convívio espiritual, criou então um plano
de salvação para que o homem se reintegrasse ao Seu Reino
(se religasse com Ele); por isto o processo de salvação é
chamado de RELIGIÃO; no latim, RELIGARE, que significa
ligar novamente com Deus.

Esta religação viria através de um conjunto de
mandamentos, chamado de: Lei dos mandamentos; que
compreende os Dez Mandamentos, compostos de Estatutos e
Juízos, que completam a Lei de Deus. Inclusive, por ser dado
por intermédio de Moisés, também é chamado de: Lei de
Moisés.

Os mandamentos da Lei eram cumpridos pela força da
carne, isto é, pela capacidade humana; por isso são
considerados mandamentos carnais; era a religião de baixo
para cima. Significava o homem se resgatando diante de
Deus pela sua própria justiça. Este conjunto de mandamentos
Deus havia preparado para que, mediante o seu cumprimento,
o homem fosse redimido da sua transgressão, ou seja, pagasse
a sua dívida para com Deus, e assim retomasse a posse do
Reino dos Céus. O pagamento do preço da transgressão dava-se
pelo cumprimento da Lei; era o preço do resgate humano,
conforme a determinação de Deus, que disse: “E dei-lhe os
meus estatutos e os meus juízos, pelos quais cumprindo-os o
homem, viverá por eles” (Lv 18.5;Ez 20.11;Rm 10.5).

Mas para isso, o homem precisava de muita justiça e
perfeição, as quais não se encontravam nele. As
características do homem já apontavam para o seu fracasso
diante das exigências da Lei. As cobranças que a Lei fazia,
exigiam um ser perfeito para cumpri-las (Só Jesus Cristo);
pois a Lei, por ter vindo de Deus, é boa, justa e santa (Rm
7.12); enquanto o homem, maculado pela sua transgressão,
não passava de um pecador fracassado, incapaz, e caído da
Graça de Deus; melhor dizendo, a Lei é espiritual, mas o
homem é apenas carnal, vendido sob o pecado (Rm 7.14).
A PROMULGAÇÃO DA LEI
Chegado o tempo da promulgação da lei, Deus, por
intermédio de Moisés, tirou o Seu povo do Egito e o reuniu
ao pé do Monte Horebe, no Sinai, para ali lhe ordenar os
Mandamentos da Lei, Seus estatutos e os Seus juízos, cujo
cumprimento culminaria na salvação do povo. Segundo o
registro do livro de Êxodo, Deus manifestou-se naquele lugar
com grande poder e realizações de maravilhas; porque a
presença de Deus se revelava em trovões, relâmpagos, sonido
de buzina, fumigação e tremor do monte; pois Deus havia
descido em fogo naquele lugar. Moisés falava, e Deus, do
meio de uma nuvem espessa, respondia em alta voz. Então,
naquele momento, o povo temeu a presença estrondosa de
Deus, por não resistir os efeitos do Seu poder naquele lugar.
A Bíblia diz que até Moisés ficou assombrado com a
operação de Deus no Monte. Tudo isto porque os céus
estavam em festa por estar sendo promulgada, naquele
momento, a Aliança de Deus com o povo, ou seja, a Lei cujo
cumprimento resultaria na salvação do povo, para consolidar
assim a sua reintegração ao convívio de Deus.

Diante de tanto poder, de tantas maravilhas por causa
da presença estrondosa de Deus naquele lugar, o povo ficou
muito assustado e pediu a Moisés para que Deus não
continuasse falando diretamente com eles, mas que Moisés
transmitisse as palavras do Senhor, para que eles não
morressem, conforme está escrito: “E o povo, vendo isso
retirou-se e pôs-se de longe. E disseram a Moisés: Fala tu
conosco, e ouviremos: e não fale Deus conosco, para que
não morramos” (Ex 20.18-19).

Então Deus, respondendo as palavras de temor do
povo, e sabendo que o homem não tinha capacidade para
cumprir a Lei da justiça dada para a sua salvação, mas tendo
já planejado enviar Jesus Cristo para cumpri-la em seu lugar,
disse a Moisés: “Bem falaram naquilo que disseram, Eis lhes
suscitarei um profeta do meio de seus irmãos, como tu, e
porei as minhas palavras na sua boca, e ele lhes falará tudo
o que eu lhe ordenar. E será que qualquer que não ouvir as
minhas palavras, que ele falar em meu nome, eu o requererei
dele” (Dt 18.17-19). Veja também: At 3.22.

O próprio Jesus, ao manifestar-se ao mundo para
realizar a obra de Redenção, declarou ter vindo para cumprir
a Lei dada para a salvação do povo, dizendo: Não cuideis que
vim destruir a lei ou os profetas: não vim anular, mas
cumprir” (Mt 5.17).

Porém, diante deste esclarecimento, vem à tona a
seguinte pergunta: “Se Deus sabia que o homem era incapaz
de cumprir a Lei, por que então à colocou sobre os seus
ombros? Não poderia ter Deus poupado o povo desse tão
grande sofrimento e dessa tão grande decepção, e passado a
responsabilidade do cumprimento da Lei diretamente à Jesus
Cristo?”

E a resposta corretamente dada é: Deus não passou a
responsabilidade do cumprimento da Lei diretamente a Jesus,
porque quem mais precisava saber que o homem não tinha
capacidade para cumprir a Lei, era o próprio homem. Porque
o homem com o seu espírito exaltado, jamais admitiria não
ter capacidade para cumprir a Lei, se Deus não a colocasse
sobre os seus ombros. O homem só perceberia a sua
incapacidade, isto é, o seu estado de miséria, a sua pobreza de
justiça, e a sua necessidade de aceitar a Cristo como
Salvador, sentindo nos seus próprios ombros o peso
irresistível dos Mandamentos da Lei, e assim, então, se
humilhasse diante de Deus e aceitasse a salvação pela Graça
de Cristo, conforme está escrito: “Porque a Lei nos serviu de
aio para nos conduzir a Cristo” (Gl 3.24).

O povo teve que primeiro passar por um processo de
reconhecimento da sua incapacidade, pagando o preço da
tentativa fracassada de cumprir a Lei da Justiça, para poder
compreender o plano de salvação pela Graça, isto é, o porquê
Jesus teve que substituir o homem no cumprimento da Lei.

Nem ainda na época de Jesus todos admitiam a sua
incapacidade no que se refere ao cumprimento da Lei, para se
humilharem diante de Deus e aceitarem a Cristo como
Salvador. Era o caso de muitos dos fariseus que se
apresentavam como que salvos pela guarda da Lei;
confiavam na sua própria justiça e capacidade; então foi
quando Jesus disse: todo aquele que se humilhar será
exaltado e todo aquele que se exaltar será humilhado. Jesus
estava dizendo o seguinte: Aquele que se exaltar, achando
que tem capacidade de oferecer a Deus o fruto da sua justiça
em troca da sua salvação, como a guarda de sábado, sacrifício
de jejum, circuncisão, cumprimento de percentual de
contribuição (o dízimo), etc., esse será humilhado; mas,
aquele que se humilhar reconhecendo o seu estado de
miséria, isto é, sabendo que não tem capacidade suficiente
para guardar a Lei, considerando a sua justiça como lixo, mas
que busca alcançar a vida eterna apenas pela Graça de Cristo,
esse será exaltado por Deus. Porque muitos ainda traziam
consigo a confiança na carne, isso é, na sua própria guarda da
Lei.

O moço rico, quando Jesus perguntou se ele conhecia
os mandamentos, ele, porém, com o seu espírito exaltado,
confiando na sua própria capacidade, e achando que era
guardador da lei, logo respondeu: “tudo isso tenho guardado
desde a minha mocidade!” (Mc 10.19-20).

Na parábola do fariseu e do publicano, Jesus disse que
o fariseu, que confiava em si mesmo, dizia: “Ó Deus, graças
te dou porque não sou como os demais homens, roubadores,
injustos e adúlteros; nem ainda como este publicano. Jejuo
duas vezes na semana, e dou os dízimos de tudo quanto
possuo”.

Porém, o publicano, por reconhecer o seu estado de
miséria diante de Deus, não apresentou nenhuma realização
de obras, mas apenas a confiança na misericórdia de Deus,
dizendo: “Ó Deus, tem misericórdia de mim, pecador!”

E Jesus disse que este desceu justificado para sua
casa, e não o fariseu. Então, foi quando declarou: “porque
qualquer que a si mesmo se exalta será humilhado, e
qualquer que a si mesmo se humilha será exaltado”
 (Lc 18. 9-14).
Infelizmente ainda existem muitos crentes a exemplo
desse fariseu, se gloriando em realização de obras, e dizendo
que são salvos porque não são iguais aos outros que não
guardam o sábado, que não dão dízimos, que não usam o véu,
que não jejuam, etc. Porém, isso, no cristianismo, é uma
atitude de extrema ignorância espiritual.

Hoje, depois de ouvirmos tanto do Evangelho de
Cristo, de lermos nas Escrituras que Cristo veio fazer
exatamente a obra que não temos capacidade de fazermos, de
adquirirmos tanta experiência sobre as misérias humanas, e
de ouvirmos tanto do Espírito Santo que a nossa própria
justiça é considerada como lixo diante de Deus, ainda
existem muitos pensando que têm capacidade para cumprir a
Lei, ou seja, de oferecer a Deus “o fruto da sua justiça” no
que tange a guarda do sábado, no sacrifício de jejum, no uso
do véu, na circuncisão, na prática do dízimo, e outras
penitências semelhantes.

É exatamente por meio desses pensamentos inúteis, e
dessas vanglórias na nossa própria justiça, que temos uma
reputação exaltada aos olhos de Deus. O apóstolo Paulo, para
fugir de tal vanglória, disse: “longe esteja de mim, gloriar-me,
a não ser na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo”
 (Gl 6.14). Porque Paulo sabia que não tinha condição de praticar
a “Lei da justiça”, mas sim de obter a “justiça da Lei” pela
Graça de Cristo, que já havia cumprido a Lei por ele.

Segundo o apóstolo Paulo, aquele que busca a
“justiça da Lei” apenas por meio da fé, alcança a salvação
pela Graça de Cristo. Mas aquele que busca a “Lei da
justiça”, isto é, pela prática das obras da Lei, tropeça em
Cristo, conforme a sua expressão na Epístola aos
 Romanos, 9.30-33:
Que diremos pois? Que os gentios, que não buscavam
a justiça, alcançaram a justiça? Sim, mas a justiça
que é pela fé. Mas Israel, que buscava a “lei da
justiça”, não chegou à “lei da justiça”. Por quê?
Porque não foi pela fé, mas como que pelas obras da
lei; tropeçaram na pedra de tropeço; como está
escrito: Eis que eu ponho em Sião uma pedra de
tropeço, e uma rocha de escândalo; e todo aquele que
crer nela não será confundido.

O que significa tropeçar na Pedra? No texto acima,
Paulo se refere ao que vaticinara o profeta Isaías, quando
disse: “Então ele vos será por santuário; mas servirá de
pedra de tropeço, e rocha de escândalo, às duas casas de
Israel; por armadilha e laço aos moradores de Jerusalém. E
muitos entre eles tropeçarão, e cairão, e serão quebrantados,
e enlaçados, e presos” (Is 8.14-16).

Isto significa, que, aquele que persistir na prática de
obras legalistas como imprescindíveis no processo da
salvação, está separado da Graça de Cristo, e ficará preso
pelo jugo das obras da Lei, ou seja, ficará debaixo do jugo do
dízimo, da guarda do sábado, do uso de véu, do jejum, da
abstinência de manjares, da proibição exacerbada de usos e
costumes, etc., as quais obras separam o homem da Graça de
Cristo; conforme lemos também em Gálatas, 5.4: “Separados
estais de Cristo, vós os que vos justificais pela lei; da graça
tendes caído”.
Isso nos deixa claro, que, querer se santificar com
obras legalistas (obras oferecidas a Deus), é sem dúvida
tropeçar na Pedra.

Na antiga Aliança, quem não praticava as obras da
Lei, tropeçava na Lei; ao contrário da Nova Aliança, que, por
Jesus ter cumprido a Lei por nós, agora, quem tenta guardá-la
novamente, tropeça em Cristo.

Porque cada Aliança tem seus próprios Mandamentos;
e tanto o Velho Testamento, como o Novo, traz o preço da
transgressão de seus devidos Mandamentos. Cada aliança que
Deus faz com o homem, determina o preço da transgressão.

Na dispensação da Lei, quem não praticava as obras
da lei, tropeçava na Lei, conforme está escrito: “Mas vós vos
desviastes do caminho; a muitos fizestes tropeçar na lei;
corrompestes a aliança de Levi, diz o Senhor dos Exércitos”
(Ml 2.8). Ao contrário da dispensação da Graça, que, pelo
fato de Jesus ter cumprido a Lei por nós, agora, quem tenta
cumpri-la novamente, isto é, querendo guardar o sábado, se
circuncidar, jejuar, cumprir percentual de contribuição, etc.,
que são obras realizadas em oferecimento a Deus, com
certeza tropeça em Jesus Cristo, que é o único intermediário
entre Deus e o homem, sem deixar espaço para obras da
nossa carne. O cristão triunfa em Cristo, exatamente por
! receber dEle a justiça do cumprimento da Lei, sem a prática
dela. É o que se chama de “Salvação pela Graça”.

Porque, se não quisermos buscar a “JUSTIÇA DA
LEI” pela Graça de Cristo (a qual se alcança apenas pela fé
no Seu nome), mas preferirmos buscar a “LEI DA JUSTIÇA”
pela prática das obras da lei (a qual se tenta alcançar pela
própria capacidade), não estamos confiando que Cristo já as
cumpriu por nós e nos oferece a justiça dessas obras apenas
pela Sua maravilhosa Graça.

Jesus nos oferece a justiça da Lei pela Sua Graça,
exatamente por não ter encontrado em nós a devida
capacidade para cumprirmos a Lei da justiça. Por isso, agora,
quem tenta praticar as obras da lei, tropeça na pedra de
tropeço que é Jesus Cristo; pois tal prática faz agravo ao
Espírito da Graça; e isto pode custar muito caro para o tal. O
castiga da transgressão na dispensação da Graça, segundo o
escritor aos hebreus, é maior que o castigo da transgressão na
dispensação da lei; pois veja o que ele diz sobre o julgamento
de quem comete tal erro, ou seja, de quem faz agravo ao
Espírito da Graça:

Quebrantando alguém a lei de Moisés, morre sem
misericórdia só pela palavra de duas ou três
testemunhas, de quanto maior castigo cuidais vós
será julgado merecedor aquele que pisar o Filho
de Deus, e tiver por profano o sangue da aliança
com que foi santificado, e fizer agravo ao Espírito
da graça? (Hb 10.28-29).


Paz seja com todos
JC de Araújo Jorge

Nenhum comentário:

Postar um comentário

As refutações serão devidamente respondidas!
Não serão publicados comentários com os seguintes conteúdos:
- Palavrões;
- Conteúdos Ofensivos;
- Comentários Anônimos;

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...