terça-feira, 16 de junho de 2015

"A LEI DA JUSTIÇA " E "A JUSTIÇA DA LEI "







A   LEI   DA  JUSTIÇA   E   A   JUSTIÇA   DA   LEI


Que diremos pois? 
Que os gentios, que não buscavam a justiça, alcançaram a justiça? 
Sim, mas a justiça que é pela fé. Mas Israel, que buscava a “lei da justiça”, 
não chegou à “lei da justiça”. 
Por quê?
Porque não foi pela fé, mas como que pelas obras da lei; tropeçaram na pedra de tropeço; 
como está escrito: Eis que eu ponho em Sião uma pedra de tropeço, e uma rocha de escândalo; 
E todo aquele que crer nela não será confundido  ( Rm 9. 30-33 )
“Para que “a justiça da lei” se cumprisse em nós, que não andamos segundo a carne, 
mas segundo o Espírito”  ( Rm 8. 4 ).
O que significam, a justiça da Lei, e a Lei da justiça, que Paulo se refere nos textos acima? 
Qual a diferença entre ambas? 
Para que não paire nenhuma dúvida sobre o entendimento do leitor, quero deixar bem claro,
 dando ênfase a este esclarecimento: A justiça para a nossa salvação, sem dúvida, provém da lei 
(do cumprimento da Lei da justiça).
Sem obter o cumprimento da Lei ninguém será salvo; ou pelo nosso próprio cumprimento,
 ou pelo cumprimento de Cristo, a saber, ou pela nossa própria prática da Lei, ou, 
pela fé que Cristo já cumpriu a Lei da justiça por nós.

Porque, a justiça da Lei poderia ser alcançada por meio da nossa própria capacidade, isto é, pela nossa própria guarda da Lei, se realmente existissem em nós justiça e perfeição próprias; 
o que sabemos ser impossível, exatamente por falta dessas virtudes. Então, neste caso,
 o melhor é alcançarmos a justiça da Lei por meio da fé em Cristo 
(sem as obras da Lei), o que Paulo declara ser a justiça que é pela fé;
 pela fé que Cristo cumpriu a Lei por nós e nos concedeu o cumprimento de toda a Lei pela
 Sua Graça, para que se consolidasse a redenção dos nossos pecados sem a prática da Lei, 
conforme está escrito: “Àquele que não pratica (não pratica as obras da Lei), 
mas crê naquele que justifica o ímpio, a sua fé lhe é imputada como justiça” ( Rm 4. 5 ).

Vale salientar que, mesmo o cristão sendo isento da prática da Lei, ele não fica sem o 
cumprimento dela; porque pela fé em Cristo ele recebe o revestimento de toda a justiça
do cumprimento da Lei, ou seja, se cumpre nele o testemunho de toda a Lei e dos profetas.

 Por isso está escrito: “Mas agora se manifestou sem a lei a justiça de Deus,
 tendo o testemunho da lei e dos profetas” ( Rm 3. 21 ). Pela fé em Cristo nós alcançamos a justiça da Lei (a justiça do cumprimento da lei) sem a prática dela. Porque a missão de Jesus na carne era exatamente cumprir a “Lei da justiça” em nosso lugar, para nos revestir da “justiça da Lei”
que serve para a nossa salvação, apenas pela sua Graça, sem a prática da Lei, ou seja, não precisamos praticar a lei da justiça, mas apenas tomar posse da justiça da Lei, 
pela Graça de Cristo.

É exatamente por Jesus ter nos revestido da justiça do cumprimento da Lei, sem precisarmos 
praticá-la, que caracteriza a “Salvação pela Graça”. Nós, portanto, devemos apenas buscar a justiça da Lei, e não a Lei da justiça. Porque “a justiça da Lei” se alcança apenas pela Graça de Cristo; mas a “Lei da justiça” somente pela nossa própria capacidade, ou seja, pelo nosso perfeito cumprimento da lei; seria isso possível? Não diz as Escrituras que entre nós não existe um justo, nem um sequer?
Então, nada melhor para o cristão fazer a vontade de Deus, do que deixar de lado a confiança de que pode guardar alguma coisa para oferecer a Ele como fruto da sua justiça, e passar a
confiar apenas na Sua misericórdia. Não diz também a Bíblia que não há outro intermediário entre nós e Deus a não ser o próprio Jesus Cristo? Portanto, confiando nisto, não devemos
colocar nenhuma obra entre nós e Deus, mas deixar que apenas a graça salvadora de 
Cristo nos ligue a Deus.

Muitos, por não entenderem o que significa a salvação pela Graça, fazem a seguinte pergunta: 
“Se a Bíblia diz que a oração feita por um justo pode muito em seus efeitos, 
como então não existe ninguém justo?”
Mas, o que o cristão tem que entender, é que o primeiro ato de justiça do ser humano diante de Deus, é reconhecer a sua própria injustiça. De acordo com a parábola de Jesus, o publicano foi justificado diante de Deus por reconhecer a sua injustiça 
(os seus pecados; o seu estado de miséria).


O segundo ato de justiça do ser humano diante de Deus, é crer que Jesus Cristo, pela Sua grande e infinita misericórdia, se fez homem e realizou a obra de justiça em nosso lugar 
(a obra de Redenção), a qual não tínhamos a mínima condição de realizarmos; e Ele oferece a Redenção dos pecados a toda humanidade, apenas pela Sua Graça.


E o terceiro ato de justiça do ser humano diante de Deus, é ter humildade suficiente para aceitar a salvação por meio desta Graça. E assim completa a justiça de Deus na sua
vida (a justiça dada pela Graça). Aí ele pode orar, porque a sua oração pode muito em seus efeitos.
O cristão não é propriamente justo, mas sim justificado em Cristo Jesus; e essa justificação, ou seja, essa humildade de reconhecer a sua injustiça diante de Deus e aceitar a justificação dos seus pecados pela graça de Cristo, lhe proporciona um conceito de justiça diante de Deus, 
conforme a recomendação do próprio Jesus, que disse:
“Aquele que se humilhar será exaltado”; isto é, aquele que
reconhecer a sua injustiça, a sua incapacidade, e o seu estado de miséria, a ponto de aceitar a salvação apenas pela Graça de Cristo, será considerado justo diante de Deus.

Portanto, a síntese da mensagem é: 
quanto mais o cristão reconhece o seu estado de miséria diante de Deus, mais justo ele se torna.

A FÉ que nos inspira confiança de que toda a Lei foi cumprida por Jesus, 
por não termos capacidade de cumpri-la,
NOS É IMPUTADA COMO JUSTIÇA. 
Pois, é exatamente  ESTA FÉ que reveste o cristão da justiça do cumprimento da
Lei, sem a prática dela; conforme o versículo já citado acima:
“Mas, àquele que não pratica, mas crê naquele que justifica o ímpio, 
A SUA FÉ LHE É IMPUTADA COMO JUSTIÇA”
 ( Rm 4. 5 ).


Paz seja com todos,
JC de Araújo Jorge
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