sábado, 15 de agosto de 2015

QUAIS SÃO AS OBRAS DO CRISTÃO ?



Diante do esclarecimento de que a nossa salvação não
vem pelas obras, mas sim pela fé, muitos perguntam: “Então
o cristão não tem nenhuma obra a realizar?... 
E se tem, quais são?...”.

É muito fácil entender quais são as obras que o cristão
(aquele que aceita a salvação pela Graça de Cristo) 
deve realizar. 
Pois é só entender que existem dois segmentos de obras:

Primeiro, são as obras da Antiga Aliança, conhecidas
como obras da Lei de mandamentos carnais (obras verticais),
ou seja, obras da nossa carne (realizadas pela capacidade humana) 
que seriam oferecidas à Deus em troca da nossa salvação; 
as quais Jesus já cumpriu por nós cravando-as na Cruz.

Segundo, são as obras da Nova Aliança (obras horizontais), ou seja,
 as obras feitas uns pelos outros 
(apenas de humano para humano), as quais são consideradas obras do
amor fraternal; essas são fundamentais para o crescimento do
Reino de Deus. Contudo, elas não são realizadas pelo rigor da
Lei de mandamentos carnais, mas sim pela lei da liberdade,
isso é, dentro das possibilidades de Cada um.
As obras fraternais, que são obras da Nova Aliança,
são praticadas pelo cristão. São à elas que o apóstolo Paulo se
refere quando diz que Jesus Cristo se deu a si mesmo por nós
para purificar para si um povo seu especial,
 zeloso de boas obras
 Tito  2. 14. 

O próprio Jesus também se referiu a elas
quando disse: “E o meu galardão está comigo, para dar a
cada um segundo a sua obra” 
Apocalipse  22. 12

Porém, essas obras são praticadas pela lei da
liberdade, isto é, dentro das possibilidades e pelo propósito
do coração de cada um, conforme está escrito: “Aquele,
porém, que atenta bem para a lei perfeita da liberdade, e
nisso persevera, não sendo ouvinte esquecidiço, mas fazedor
da obra, este tal será bem-aventurado no seu feito” 
Tiago  1. 25

 E também: “Assim falai, e assim procedei, como
devendo ser julgados pela lei da liberdade” 
Tiago  2. 12

As obras verticais, que eram oferecidas a Deus como
frutos da nossa justiça em troca da salvação, as quais
deveriam chegar diante de Deus como cheiro suave, não são
mais recebidas por Deus pelo fato de elas cheirarem mal às
Suas narinas; pois elas são feitas para demonstrar a justiça e a
perfeição humana (fora da Graça de Cristo); o homem
tenta realizá-las nas condições de próprio resgatador de si
mesmo. Mas todas essas obras foram cumpridas por Jesus e
cravadas na Cruz do Calvário. Por isso todas as obras da
nossa carne oferecidas à Deus são consideradas obras mortas.
Entre o cristão e Deus só existe um intermediário, que
é Jesus Cristo, sem deixar espaço para obras da nossa carne.
O cristão deve oferecer a Deus apenas os seus louvores e
agradecimentos, por Cristo Jesus, que são os nossos
sacrifícios vivos e agradáveis a Deus, os quais se
compreendem como nosso culto racional (mental, espiritual),
e não as obras carnais, conforme esclarece o apóstolo Paulo,
quando diz: “Rogo-vos, pois, irmãos, pela compaixão de
Deus, que apresenteis os vossos corpos em sacrifício vivo,
santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional” 
Romanos  12. 1

 Esse é o único sacrifício do cristão que sobe em
oferecimento à Deus. Por isso é chamado de sacrifício vivo.

Quer fazer a vontade de Deus? Então mande somente
os seus louvores e agradecimentos a Ele, e não as obras da
sua carne como frutos da sua justiça. As obras da nossa carne
cheiram mal diante de Deus. As nossas obras que agradam a
Deus são realizadas apenas horizontalmente, isto é, feitas em
favor uns dos outros (em favor da própria humanidade).
Essas são as obras do cristão aprovadas por Deus na
dispensação da Graça. Elas sobem para memória diante de
Deus, porém, não são mais oferecidas a Deus,
 como eram na dispensação da Lei.

Porque a obra não precisa ser oferecida a Deus para
subir para memória diante dEle. Pois todas as nossas ações
chegam para memória diante de Deus; até o próprio pecado.
Por isso a Bíblia diz que todos hão de chegar diante do trono
de Deus para prestar contas de todos os atos praticados,
por meio do corpo, ou bem ou mal.

Cornélio, o centurião, com certeza não oferecia as
suas esmolas a Deus, contudo, o anjo de Deus declarou a ele:
“Cornélio, a tua oração foi ouvida, e as tuas esmolas estão
em memória diante de Deus” 
Atos  10. 31

A Lei que condiciona a salvação pelas obras de
mandamentos carnais, é nomeada também de: Lei de
Moisés; são mandamentos, estatutos e juízos dados por
Deus para o povo de Israel, por intermédio de Moisés; Lei
esta, recebida no Monte Sinai 
Levítico  18. 5

É uma Lei que exige do ser humano muita capacidade e perfeição para o
seu cumprimento. Dentro dessas indispensáveis
condições, o homem seria resgatado dos seus pecados
pela própria capacidade, sem precisar da Graça de Cristo.

Foi para isso que Deus deu a Lei, conforme está escrito:

1º) “Portanto, os meus estatutos e os meus juízos
guardareis; os quais, observando-os o homem, 
viverá por eles” 
Levítico  18. 5

2º) “E dei-lhes os meus estatutos e lhes mostrei os
meus juízos, os quais, cumprindo-os o homem, 
viverá por eles” 
Ezequiel   20. 11

3º) “Ora, Moisés descreve a justiça que é pela lei,
dizendo: o homem que fizer estas coisas viverá por elas”
Romanos  10. 5
Mas, devido a incapacidade humana, a Lei acabou
aumentando ainda mais o pecado do homem e revelando
todo o seu estado de miséria diante de Deus, pelo que diz:
“Veio, porém, a lei para que a ofensa abundasse”
 Romanos  5. 20
Isso, evidentemente, porque as obras da Lei não
são praticadas pela fé em Cristo, mas sim pela capacidade
humana, ou seja, pela força da carne; por isso são
chamadas de: obras de mandamentos carnais. “É a
religião de baixo para cima”. Essa Lei, ao se deparar
com a incapacidade humana, acaba gerando o pecado
exatamente por falta do seu cumprimento. É quando o
pecado toma força contra o ser humano por intermédio da
Lei; é o que conferimos na expressão do apóstolo Paulo:
“Ora, o aguilhão da morte é o pecado,
 e a força do pecado é a lei” 
1ª Coríntios  15. 56

As obras do cristianismo, realizadas pela lei da
graça ou pela lei da liberdade, conforme relata Tiago (Tiago
1.25; 2.12), são bem diferentes das obras de mandamentos
carnais. Pelas obras de mandamentos carnais, as quais o
homem tenta realizar para ser salvo por elas, a capacidade
humana tem que estar à altura da exigência da lei;
enquanto na lei da graça que há em Cristo Jesus, a
exigência da lei se ajusta à altura da capacidade humana.
Por isto é chamada de “Lei da Graça”. 

Por exemplo, em termos de obra social, que é uma obra indispensável para
a igreja, porém, se for ditada uma lei na qual cada
membro ajude certo número de necessitados com um
determinado valor, não podendo ser menos, isso
caracteriza obra de mandamento carnal. Pois é uma
condição preestabelecida, que expressa confiança na
carne; e pode algum membro não ter condição para isso; e
na transgressão dessa determinação, 
o tal cometerá pecado. 
Mas, se deixar em liberdade para que cada
membro contribua conforme a sua prosperidade, isto é,
dentro de sua capacidade, qualquer valor com que alguém
venha contribuir, contanto que haja amor no seu coração,
o tal estará agradando a Deus e cumprindo assim a lei da
liberdade, em Cristo Jesus, livre de qualquer transgressão
e isento da maldição da Lei.

Por esta razão, Deus, pela Sua misericórdia, tirou
dos nossos ombros as ordenanças do Antigo Pacto, as
quais proporcionavam força ao pecado, para que
vivêssemos segundo a Sua Graça; é o resultado da
expressão do apóstolo Paulo aos romanos: “Porque onde
não há lei também não há transgressão” 
Romanos  4. 15

Praticar obras da Lei de mandamentos carnais,
como: guarda de sábado, sacrifício de jejum, devolução
de dízimo, abstinência de manjares, etc., que são obras
oferecidas a Deus, é praticar obras mortas.
Paulo, ao demonstrar a inutilidade delas, declara:
“As quais têm, na verdade, alguma aparência de
sabedoria, em devoção voluntária, humildade, e
indisciplina do corpo, mas não são de valor algum senão
para a satisfação da carne” 
Colossenses  2. 23
Portanto, aquele que confia plenamente que Jesus
completou a Obra de Redenção, não deve repetir o
cumprimento de obras de natureza legalista, 
as quais Ele já consumou por nós.

O verdadeiro cristão acredita plenamente nas palavras
poderosas de redenção que Jesus proclamou na cruz do
Calvário ao anunciar o completo cumprimento do Velho
Concerto (da Lei), dizendo:
 “ESTÁ CONSUMADO”.



Paz seja com todos,
JC  de  Araújo  Jorge


domingo, 9 de agosto de 2015

SANTIFICAÇÃO DA CARNE: O Corpo continua pecador...







Mesmo o mais fiel cristão, aplicado as boas obras,
mesmo sendo mudado de pecador nato para justificado em
Cristo, ele continua com o seu corpo carnal pecaminoso, ou
seja, em estado de miséria corporal. Por isso o apóstolo Paulo
é bem claro ao esclarecer estas condições aos cristãos,
dizendo: “E, se Cristo está em vós, o corpo, na verdade, está
morto por causa do pecado (do pecado que continua atuando
na carne), mas o espírito vive por causa da justiça 
(da justiça que vem de Cristo pela fé)”
Romanos  8. 10.


João, falando à cristãos, diz em sua primeira epístola:
“Se dissermos que não temos pecado, enganamo-nos a nós
mesmos, e não há verdade em nós. Se confessarmos os
nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os
pecados, e nos purificar de toda a injustiça. Se dissermos que
não pecamos, fazemo-lo mentiroso,
e a sua palavra não está em nós” 
1ª João  1. 8-10


Na Epístola aos Romanos, Paulo conforta a igreja,
estimulando a esperar a Redenção do corpo naquele Grande
Dia, dizendo: “gememos em nós mesmos, esperando a
adoção, a saber, a redenção do nosso corpo”
Romanos  8. 23


Isto nos ajuda a entender que o corpo do cristão não é
redimido enquanto for carne, mas só o espírito. Isto prova
que o nosso corpo carnal continua pecaminoso até ser
transformado e revestido de incorruptibilidade; quando
cumprir-se-á a Palavra que diz:
 “tragada foi a morte na vitória” 
1ª Coríntios  15. 54 

Aos romanos, ele diz: “Porque eu sei
que em mim, isto é, na minha carne, não habita bem algum;
porque não faço o bem que quero, mas o mal que não quero
esse faço. Ora, se eu faço o que não quero, já o não faço eu,
mas o pecado que habita em mim” 
Romanos  7. 18 a 20


Por isto, ninguém é salvo por ser perfeito, mas por ser
justificado em Cristo Jesus. Segundo o apóstolo Paulo,
quando Davi profetizou a salvação dos cristãos (a salvação
que é pela Graça), ele não disse: “Bem-aventurado aquele
que não tem pecado”, mas disse: 
“Bem-aventurado aquele a quem o Senhor não imputa o pecado”
 Romanos  4. 8


Então sabemos que, esse pecado que ainda continua
atuando na nossa carne (que ainda habita em nós), nos
ausenta de Deus, até sairmos deste corpo; conforme o desejo
de Paulo que diz: “Mas temos confiança e desejamos antes
deixar este corpo, para habitar com o Senhor” 
2ª Coríntios  5. 8


Deus só se faz presente em nós, pelo Espírito Santo;
porque ninguém tem acesso direto a Deus, nem para dirigir os
seus louvores a Ele; porque temos que primeiro passar por
Jesus Cristo, ou seja, temos que ser intermediados por Cristo,
para que, mesmo os nossos atos de louvores e
agradecimentos dirigidos a Deus, sejam filtrados em Cristo.
Esse é o motivo que levou Jesus a dizer: “Ninguém vem ao
Pai, senão por mim” 
João  14. 6



Paz seja com todos,
JC de Araújo Jorge




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