quarta-feira, 2 de setembro de 2015

O DOMÍNIO E A FORÇA DO PECADO




Para obtermos um melhor esclarecimento
concernente a esse “domínio e força do pecado” sobre o
ser humano, comecemos analisando os versículos
transcritos a seguir: 

1º) Porque o pecado não terá domínio sobre vós,
pois não estais debaixo da lei,
 mas debaixo da graça 
Romanos  6. 14

2º) Ora, o aguilhão da morte é o pecado, 
e a força do pecado é a lei 
1ª Coríntios  15. 56

No primeiro versículo, encontramos uma
advertência sobre “o domínio do pecado”, e no segundo,
sobre a “força do pecado”; e o que podemos observar é
que o pecado toma força e domínio exatamente sobre
aqueles que tentam praticar a Lei. 
Essa Lei que ao se deparar com a incapacidade da carne, gera o pecado
tomando força e domínio sobre o ser humano.
Muitos, me fazem a seguinte pergunta:
 “é a Lei pecado?”
 E a resposta corretamente dada é:
 de modo algum! 
Paulo, ao instruir os romanos sobre a força e o domínio do pecado
 por intermédio da Lei, é bem claro ao afirmar: 
“A lei é santa, e o mandamento santo, justo e bom” 
Romanos  7. 12

O que Paulo aponta como erro não procede da Lei,
mas sim da imperfeição humana. É quando ele declara
que a Lei enfermou pela carne 
Romanos  8. 3

A fragilidade humana não resiste a cobrança de
perfeição da Lei. E a Lei só teria condição para salvar se
encontrasse perfeição e justiça no ser humano; porém, é
exatamente por falta dessas indispensáveis virtudes que
torna impossível a salvação pela Lei.
Paulo revela o fracasso do homem diante da
santidade e perfeição da Lei, dizendo: 
“Porque bem sabemos que a lei é espiritual,
 mas eu sou carnal, vendido sob o pecado” 
Romanos  7. 14

Se a Lei realmente encontrasse na carne suas
requisitadas qualidades, não seria chamada de
“Ministério da Morte” e “Ministério da Condenação”,
como foi no capítulo 3, versículos 7 a 9 da Segunda
Epístola de Paulo aos Coríntios, mas sim de
 “Ministério da Salvação”.

Porém não havendo em nós as devidas
qualidades, a Lei condenou a carne no pecado. Mas Deus,
pelas riquezas da Sua Graça, enviou Seu Filho Jesus
Cristo, guardando e cumprindo com perfeição a Lei que
havia condenado a carne no pecado, e inverteu a situação,
condenando o pecado na carne, para que fôssemos livres
da força e do domínio do pecado. Isto se não voltarmos a
persistir na prática das ordenanças da Lei da condenação,
mas vivermos totalmente na Graça de Cristo.

Observemos Romanos  8. 1-3, transcritos a seguir:

1) Portanto agora nenhuma condenação há para os que estão 
em Cristo Jesus, que não andam segundo a carne,
 mas segundo o Espírito.

2) Porque a lei do Espírito de vida, em Cristo Jesus, 
me livrou da lei do pecado e da morte.

3) Porque o que era impossível à lei, visto como estava enferma pela carne, 
Deus, enviando seu Filho em semelhança da carne do pecado, 
pelo pecado condenou o pecado na carne.

Esta passagem bíblica é muito lida nas reuniões
das igrejas, mas pouco observada como declaração de
isenção da Lei de mandamentos carnais, a qual gera o pecado. 

No versículo 2 (citado acima), Paulo declara:
“Porque a lei do Espírito de vida, em Cristo Jesus, me
livrou da lei do pecado e da morte”. Em parte, é o mesmo
que dizer: Porque a lei do Espírito de vida, em Cristo
Jesus, me livrou da lei da circuncisão, do dízimo, do
jejum, da guarda do sábado, do uso do véu, etc. Isto,
obviamente, porque a lei do Espírito de vida, em Cristo
Jesus, ensina a servir a Deus em liberdade de espírito;
mas a lei do pecado e da morte, ensina a cumprir obras de
mandamentos carnais.

Na dispensação da Lei, o homem teria que ser
perfeito na prática de todas as obras que estavam escritas
no Livro da Lei para cumpri-las. Pois a qualquer
impossibilidade do seu cumprimento, o pecado estava à
porta, dominando o povo de Deus por tal transgressão.
Mas, na dispensação da Graça, Deus tirou este
poder do pecado, nos libertando da prática das obras que
estavam escritas no livro da Lei. Por isto, os
mandamentos da Nova Aliança determinam somente a
realização de obras fraternais, 
e ainda conforme as possibilidades de cada um. 
É exatamente por este motivo que a lei da Graça não causa transgressão.

Deus anulou, para os cristãos, a prática das obras
da Lei, para livrar o Seu povo da maldita transgressão:
“Todos aqueles, pois, que são das obras da lei estão
debaixo da maldição; porque está escrito: maldito todo
aquele que não permanecer em todas as coisas que estão
escritas no livro da lei, para fazê-las” 
Gálatas  3. 10
Essa maldição só recai sobre o povo da Lei, que
quer realizar obras exclusivas do Antigo Pacto. Porque,
para fugir da transgressão da Lei, só saindo de debaixo
dela; conforme nos adverte
 Paulo na sua Epístola aos Romanos:
 “Porque onde não há lei também não há transgressão” 
Romanos  4. 15

Portanto, cristão, não se prenda debaixo do jugo da
servidão, mas viva totalmente na Graça de Cristo, para
obter o generoso resultado que ela nos concede: “Porque
o pecado não terá domínio sobre vós, pois não estais
debaixo da lei, mas debaixo da graça”
 Romanos  6. 14


AS  OBRAS  PELA  LEI  DA  GRAÇA

“Não estamos sem lei para com Deus, mas debaixo
da lei de Cristo
1ª Coríntios  9. 21

Embora o cristão não tenha compromisso com a
Lei de mandamentos carnais (o Antigo Pacto), mas ele
tem com a lei de Cristo. A lei de Cristo, mesmo sendo
chamada de ”Lei da liberdade” ou “Lei da fé”, não
dispensa, dentro das possibilidades humanas, as boas
obras. O próprio Jesus menciona as obras do cristão ao
prometer o Seu galardão, quando diz: “E o meu galardão
está comigo para dar a cada um segundo as suas obras”
Apocalipse  22. 12
Tiago é claro ao afirmar: 
“A fé sem obra é morta”
Tiago  2. 17

Muitos, por falta de interpretação apropriada das
Santas Escrituras, julgam que a expressão de Tiago entra
em contradição com algumas expressões do apóstolo
Paulo, como por exemplo, quando Paulo afirma aos
efésios: “Não vem das obras, para que ninguém se glorie”
(Ef 2.9); e aos romanos: “Mas se é pela graça, já não é
pelas obras; de outra maneira, a graça já não é graça”
Romanos  11. 6

Mas, o que devemos entender, é que Tiago está
fazendo referência às obras da fé (do Novo Conserto),
realizadas de forma horizontal, enquanto Paulo está
falando sobre as obras da Lei (do Antigo Conserto),
realizadas de forma vertical, isto é, em oferecimento a Deus.
No capítulo 3, versículo 20, de sua epístola aos
romanos, podemos claramente entender que Paulo se
refere às obras da Lei do Antigo Pacto, quando faz a
seguinte declaração: “Por isto nenhuma carne será
justificada diante dele pelas obras da lei, porque pela lei
vem o conhecimento do pecado” 
Romanos  3. 20

E no versículo 28 do mesmo capítulo, diz: 
“Concluímos, pois, que o homem é justificado pela fé sem as obras da lei ”.
Porém, o próprio apóstolo Paulo, quando se refere
às obras que são pela fé, admoesta os cristãos,
incentivando-os com grande ênfase a realizá-las pela
prática da fé e do amor. Ao escrever sua Primeira Epístola
a Tito, ele o desperta, dizendo que Jesus Cristo está
preparando um povo de boas obras, quando afirma:
 “O qual se deu a si mesmo por nós para nos remir de toda
iniquidade, e purificar para si um povo seu especial,
zeloso de boas obras” 
Tito  2. 14 

E na sua Epístola aos Efésios diz: 
“Porque somos feitura sua, criados em Cristo
Jesus para as boas obras, as quais Deus preparou para
que andássemos nelas” 
Efésios  2. 10

No cristianismo realmente são excluídas as obras
da lei de mandamentos carnais, mas estabelecidas as
obras da lei da liberdade, que opera por amor (Gálatas 5. 6).
Esta lei não dispensa as boas obras (as obras fraternais),
porém, só as exige de acordo com as possibilidades de
cada um.
Se o cristão não pode realizar uma obra, por
motivo de força maior, nada lhe é cobrado; mas se pode e
não o faz, obviamente que sua espiritualidade está em
baixa, por não sentir amor pela obra de Deus. Pois sem
dúvida nele não existe o indispensável fruto do Espírito
mencionado em Gálatas 5. 22, que diz: 
“Mas o fruto do Espírito é: 
amor, gozo, paz, longanimidade, benignidade,
bondade, fé, mansidão, temperança”.

Ter possibilidade de fazer o bem e não o fazer é
imputado como pecado; conforme está escrito:
 “Aquele,pois, que sabe fazer o bem e não o faz, comete pecado”
Tiago  4. 17

Concluímos, pois, que a bondade, a fé, a
benignidade e o amor, com que o verdadeiro cristão é
dotado, são companheiros inseparáveis das boas obras.



Paz seja com todos,
JC de Araújo Jorge




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