sábado, 16 de janeiro de 2016

QUEM SÃO OS UNGIDOS DE DEUS NO CRISTIANISMO?




É muito comum, nas igrejas de hoje, depararmos
com o ensinamento de que somente os líderes
denominados pastores, evangelistas, bispos, missionários,
etc., são “os ungidos de Deus”. Desta forma seguem a
ordem do Antigo Testamento, quando o Espírito Santo
ainda não tinha sido derramado sobre o povo de Deus.

Na verdade, no Antigo Testamento, Deus ungia
especialmente profetas, reis e sacerdotes, dando-lhes
poderes para realizarem a Sua obra, pelo fato de que o
povo, vivendo sob a dispensação da Lei, não alcançava a
devida condição para receber o Espírito Santo. Ao
contrário do cristianismo que todos, não só podem como
devem receber o poder de Deus e a Unção do Espírito
Santo.

A Unção do cristão é o recebimento do Espírito de
Cristo. E isto se alcança pelo batismo da fé. Paulo,
escrevendo aos gálatas, declara: Porque todos quantos
fostes batizados em Cristo, já vos revestistes de Cristo.
Nisto não há judeu nem grego; não há servo nem livre;
não há macho nem fêmea; porque todos vós sois um em
Cristo Jesus (Gl 3.27-28). E aos romanos ele deixa claro
ao dizer: “Aquele que não tem o Espírito de Cristo, este
tal não é dele” (Rm 8.9).

Isto significa que, quem é dEle é Ungido; do
contrário, não é dEle.

João, ao escrever sua Primeira Epístola, dirige
palavras de conforto à Igreja de Deus, confirmando a sua
Unção: “E vós tendes a Unção do Santo, e sabeis tudo”
(1Jo 2.20).

Jesus deliberou a prática do Seu poder a todo e
qualquer cristão, quando disse: “Porque em verdade vos
digo que qualquer que disser a este monte: ergue-te e
lança-te ao mar; e não duvidar em seu coração, mas crer
que se fará aquilo que diz, tudo o que disser lhe será
feito” (Mc 11.23).

Quando Jesus diz: “Qualquer que disser”, o
pronome “Qualquer”, exclui, neste caso, toda posição
hierárquica, mas qualifica pelo nível da fé.

A hierarquia eclesiástica é de muita importância na
organização administrativa da igreja, pois cada obreiro é
separado para exercer seu respectivo cargo por ter
adquirido, diante da igreja, confiança de fé e de
experiência para a realização da obra de Deus. Por esta
razão, a igreja é orientada a que, estando alguém doente,
chame o obreiro para orar sobre ele (Tg 5.14). Mas nem
por isso o obreiro deve agir exaltadamente diante de
Deus, e diante da igreja, como se soubesse mais do que
todos, nem como se achando o maior.

É importante esclarecer que Jesus nos declarou a
igualdade quando advertiu: “Vós, porém, não quereis ser
chamados Rabi, porque um só é o vosso mestre a saber, o
Cristo, e todos vós sois irmão” (Mt 23.8).
No capítulo 16, versículos 17 a 18 do Evangelho
de Marcos, a generalidade do poder dos cristãos mais uma
vez fica clara quando Jesus determina o que pode ser
realizado em Seu nome, e quem pode realizar, ao dizer:
“E estes sinais seguirão aos que crerem: em meu nome
expulsarão demônios, falarão novas línguas, pegarão nas
serpentes, e, se beberem alguma coisa mortífera, não lhes
fará dano algum; e porão as mãos sobre os enfermos e os
curarão”.

Observe o leitor, que Jesus delega poderes a todos
os cristãos, quando determina: “e estes sinais seguirão
aos que crerem”. Aqui Jesus não especifica pastores,
bispos, anciãos ou qualquer outro obreiro, tampouco
posição social, condição financeira, mas deixa claro que é
para aquele que crê.

O fator principal para que o cristão receba a Unção
e tome posse do poder de Deus, não consiste em posição
eclesiástica, condição financeira, mas sim no nível
alcançado de fé e de sabedoria no Espírito Santo.

A igreja deve considerar sua hierarquia, obedecer
seus respectivos obreiros, porém, da mesma forma os
obreiros devem respeitar seus limites diante da igreja.
O apóstolo Pedro, em sua Primeira Epístola, faz
uma recomendação pedindo aos obreiros que apascentem
o rebanho de Deus, não como tendo domínio sobre a
herança de Deus (1 Pe 5.1-3).

Com pretexto de só eles serem os ungidos de Deus,
existem obreiros apascentando o rebanho de Deus como
se fossem donos dele; alguns desses chegam a dizer que a
igreja deve seguir as suas ordens independentemente de
estarem certas ou erradas. Mas a verdadeira orientação
espiritual é para que não aceitemos nenhuma imposição
herética, para não cairmos na servidão da vontade de
homens: “Fostes comprados por bom preço, não vos
façais servos dos homens” (1 Co 7.23).

Quando os apóstolos foram interrogados e
repreendidos pelo sumo sacerdote a respeito de não terem
obedecido suas admoestações heréticas, os apóstolos lhe
responderam, dizendo: 
“Mais importa obedecer a Deus
do que aos homens” (At 5.28-29).

Portanto, peço-lhes, irmãos, em nome de Jesus
Cristo, que suportem esta exortação; pois a minha missão
diante de Deus é levar a todo cristão o ensinamento da
prática correta da fé, o qual recebi por revelação divina,
para repassar a igreja de Deus que está espalhada em toda
a face da terra.


Paz seja com todos,
JC de Araújo Jorge



quarta-feira, 6 de janeiro de 2016

COMO REPREENDER O DEVORADOR SEM O DÍZIMO?



No cristianismo não se repreende o devorador com dízimo ou algum outro valor financeiro, mas sim pela justiça da fé no poder do nome de Jesus. A Palavra de Deus nos
ensina que, com o escudo da fé, poderemos apagar todos os dardos inflamados do maligno.
Quero abrir um parêntese para esclarecer que a profecia de Malaquias, em relação ao livramento da ação do devorador, para o cristianismo, não se refere aos gafanhotos,
como muitos pensam, mas sim toda ação do maligno por meio dos feiticeiros, dos adúlteros,
 dos que juram falsamente, dos que defraudam o diarista em seu salário, e a viúva, e o
órfão, e que pervertem o direito do estrangeiro, e não teme ao Senhor; conforme capítulo 3 versículos 5-6 de Malaquias.

Pois nestes versículos Deus se refere ao povo da dispensação
da Graça.

Todo o texto de 1 a 6 do capítulo 3 de Malaquias, refere-se única e exclusivamente ao tempo da Graça (ao cristianismo); e nos versículos 4 e 5, Deus deixa bem claro que o devorador é o espírito do maligno que opera através das pessoas que não temem a Deus, ao dizer:
E a oferta de Judá e de Jerusalém será agradável ao Senhor, como nos dias antigos, e como nos primeiros anos. E chegar-me-ei a vós para juízo; e serei uma testemunha veloz contra os feiticeiros, contra os adúlteros, contra os que juram falsamente, contra os
que defraudam o diarista em seu salário, e a viúva, e o órfão, e que pervertem o direito do estrangeiro, e não me temem, diz o Senhor dos Exércitos.

Aliás, nem sempre quem devorava os bens do povo de Deus no Velho Testamento eram os gafanhotos; porque quem destruiu os bens de Jó, apesar de ter sido pela
permissão de Deus, foi o próprio Satanás. Cada caso é um caso; os inimigos dos judeus também eram devoradores das suas lavouras. Quando o anjo do Senhor falou com Gideão,
ele estava malhando o trigo no lagar, num lugar escondido, exatamente para o salvar dos midianitas, que eram os seus inimigos devoradores. Continuo, salientando a grande diferença que existe entre o CRISTIANISMO e o povo da ANTIGA ALIANÇA (DA LEI), referente à posse do poder de Deus para repreensão do devorador e toda realização de
maravilhas: 
Eis que vos dou poder para pisar serpentes e
escorpiões, e toda força do inimigo, e nada vos
fará dano algum (Lc 10.19).

Neste versículo Jesus concede imunidade absoluta aos discípulos sobre a ação do devorador, e deixa claro que o devorador não tem poder sobre o cristão, mas sim o
cristão sobre o devorador. O verdadeiro cristão, por ser dotado do poder de
Deus, recebe automaticamente a proteção divina, tornando-se assim intocável pelo maligno. O apóstolo João conscientizou a igreja sobre a imunidade do verdadeiro cristão, dizendo: “Sabemos que todo aquele que é nascido de Deus não peca; mas o que de Deus é
gerado conserva-se a si mesmo, e o maligno não lhe toca” (1 Jo 5.18).

O povo da Antiga Aliança (da Lei), de modo geral, não recebia (por falta de condição espiritual) o poder para expulsar demônios, curar os enfermos e demais operações
de maravilhas, como recebe o povo da Graça (o cristianismo).

Na época da dispensação da Lei, tal poder era concedido somente aos ungidos de Deus, os quais eram: profetas, reis e sacerdotes. Só esses tinham poder para realização de maravilhas. Por esta razão observamos, na história da cura do leproso Naamã, registrada em 2 Reis 5.1-14, que sua serva (intermediária da cura) embora fazendo parte do povo de Deus, não pôde curá-lo, mas
teve que indicar o profeta Elizeu (o ungido) que estava distante, dizendo: “Conheço um que se meu senhor Naamã estivesse diante dele, seria restaurado da sua lepra”. Enquanto se isto acontecesse no tempo da Graça (no cristianismo), aquela serva, com as respectivas
qualidades de fé, poderia mudar a sua versão e, ao invés de dizer: “Conheço um profeta que pode curar”, poderia dizer: Conheço Um que me concedeu poderes, dizendo: 
“Curai os enfermos, limpai os leprosos,
ressuscitai os mortos, expulsai os demônios” (Mt 10.8);
ela mesma poderia usar este poder e curá-lo.

Na dispensação Lei, o próprio Deus repreendia o devorador diretamente. Como o dízimo fazia parte da Lei, Deus prometia, mediante a guarda da Lei, repreender o devorador.

Em termos da posse do poder de Deus, existe grande diferença entre o povo da Antiga Aliança, e o povo da Nova Aliança. Observemos que, para o povo dizimista (da Antiga Aliança), Deus diz: “Eu repreenderei o devorador” (Ml 3.11), enquanto para o povo da Nova Aliança (da Graça), diz: “Eis que vos dou poder para pisar serpentes e escorpiões, e toda força do
inimigo, e nada vos fará dano algum” (Lc 10.19). No próprio capítulo 3 de Malaquias, enquanto
Deus diz ao povo DIZIMISTA: “Eu repreenderei o devorador” (Ml 3.11), observemos que no mesmo capítulo, do versículo 1 ao 5, quando a profecia refere-se à salvação e à contribuição financeira do povo da “Nova Aliança” (do cristianismo), Deus muda a ordem de
operação, dizendo que será uma testemunha contra o “devorador” cujo espírito está nos feiticeiros, nos que juram falsamente, nos que defraudam os jornaleiros, nos que pervertem o direito da viúva, e do órfão, e do estrangeiro (Ml 3.5).

Para o povo dizimista (que vivia segundo a Lei), Deus repreendia o devorador, porém, para o cristianismo, que segundo Malaquias 3.3 “traria ofertas em justiça”,Deus, por lhe conceder poder e autoridade para tal realização, disse: “Eu serei uma testemunha.” (Ml 3.5).
No cristianismo, Deus dá poder e autoridade para o Seu povo expulsar demônios, curar os enfermos, e toda realização de maravilhas, e fica presenciando como testemunha. Um dos reais exemplos disto encontra-se no Evangelho de Lucas 10.17-19, quando Jesus, tendo
concedido poder e autoridade aos Seus discípulos para repreender os demônios, curar os enfermos, e toda realização de maravilhas, os enviou à Sua obra; porém
voltando os discípulos, e relatando à Jesus os seus feitos em Seu nome, e inclusive a sujeição de satanás a eles, Jesus declarou-se como testemunha, dizendo: “Eu via
satanás, como raio, cair do céu” (Lc 10.17-18). Enquanto na dispensação Lei, só quem usava este poder eram os ungidos de Deus: profetas, reis e sacerdotes; porque, geralmente só estes recebiam a unção do poder do Espírito Santo de Deus. Aliás, existem
obreiros no cristianismo, querendo seguir esta linha; dizendo que só os pastores, bispos, anciãos, evangelistas, são os ungidos de Deus. Isto é, no mínimo, pobreza de
sabedoria espiritual.



Paz seja com todos,

JC de Araújo Jorge


Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...